A médica especialista em imunoterapia explica que a alergia à proteína do leite de vaca é provocada pelas proteínas
A médica especialista em imunoterapia Mariana Castro Loureiro Cury explica que a alergia à proteína do leite de vaca é provocada pelas proteínas presentes no alimento, principalmente a globulina, que é identificada pelo sistema imunológico como um agressor, um agente estranho que precisa ser combatido. Isso provoca diarreia, distensão abdominal, gases, lesões na pele, como urticária, sintomas respiratórios, inflamação da mucosa intestinal e até pequenos sangramentos. “Sabe-se hoje que o aleitamento materno exclusivo até os seis meses de idade é fundamental para a proteção contra alergias, não só as alimentares, como também alergias respiratórias. Então, o ideal é não expor a criança antes da hora a proteínas alergênicas, ou seja, em um momento em que o sistema imunológico e a barreira intestinal da criança ainda estão muito imaturos. O leite de vaca é o exemplo de um alimento com proteína muito alergênica”, explica.
Por isso, Mariana Castro orienta a introdução do leite de vaca puro somente após o primeiro ano de vida para prevenir alergias. Porém, a medida não vale para a prevenção à intolerância à lactose. A médica explica que a intolerância ocorre porque o organismo não produz ou, por algum motivo, passa a produzir pouca enzima lactase, responsável pela digestão da lactose (açúcar do leite). Em consequência disso, a lactose se acumula no intestino, para onde atrairá água, será fermentada pelas bactérias, com formação de gases, provocando diarreia, cólicas, distensão abdominal e desconforto.
“A intolerância é mais comum na fase adulta do que na criança. Então, ao contrário da alergia, cuja tendência é se desenvolver nos primeiros anos de vida e ir melhorando com o crescimento, as intolerâncias são mais comuns no adolescente e no adulto jovem, pois ela vai aparecendo à medida que o indivíduo vai tendo contato maior com o alimento envolvido”, completa. (TM)