SAÚDE

Médica alerta para manifestação da coqueluche e prevenção por vacina

Doença infectocontagiosa aguda do trato respiratório é causada pela bactéria Bordetella pertussis, que está voltando a aparecer em Uberaba e em todo o país

Thassiana Macedo
Publicado em 02/04/2014 às 17:41Atualizado em 19/12/2022 às 08:21
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A coqueluche, mais conhecida como “tosse comprida”, é uma doença bacteriana que dura um mês ou mais. Os sintomas podem ser similares aos da gripe, porém existem casos em que a tosse é seca, podendo provocar falta de ar, vômitos e até mesmo hemorragia subconjuntival, devido à forte pressão. Durante muitos anos, a coqueluche permaneceu com baixos níveis de incidência, no entanto, é preciso manter a vacinação em dia, para que a doença não volte a aparecer.

De acordo com a médica patologista, especialista em vacinação, Eliane Milhorim Silva, a doença é causada pela bactéria Bordetella pertussis, que está voltando a se manifestar em Uberaba e em todo o país. “Por isso, é importante que os pais ou responsáveis não deixem de procurar a vacina. O recém-nascido recebe o total de três doses para começar a desenvolver a imunidade, aos dois, quatro e seis meses de vida. Quando criança, o reforço é feito com a vacina tríplice-bacteriana, contra difteria, tétano e coqueluche, dos quatro aos seis anos. Já na adolescência, faz-se um reforço nos postos de saúde a cada 10 anos, porém somente contra difteria e tétano, abrindo espaço para a bactéria da coqueluche”, explica.

A especialista destaca, ainda, que essa bactéria fica alojada na orofaringe do portador que, se não tratado, pode se tornar um transmissor em potencial, principalmente para gestantes e bebês, com quem tiver contato. “A doença pode ser desperta em qualquer idade, porém, deve-se ficar atento em especial aos bebês, que podem vir a óbito. A solução é o reforço para os adultos, a cada 10 anos, com a aplicação da vacina tríplice-bacteriana e, principalmente, para a gestante”, indica a médica patologista.

Eliane Milhorim ressalta também que a vacinação contra coqueluche em gestantes está sendo indicada pelos obstetras. “A recomendação é devido à capacidade de o feto iniciar a produção de anticorpos ainda na barriga. Aquelas que tomam a vacina após o parto ainda contribuem com esse efeito, através da amamentação. O grande problema enfrentado pelas gestantes mais carentes é a indisponibilidade da vacina na rede pública. O governo tinha a proposta de aplicar a vacina nas gestantes em 2013 e nada aconteceu. Era para oferecer as doses neste ano e até agora nada”, alerta.

A maior parte das transmissões da coqueluche ocorre pela mãe, entretanto pode haver a contaminação através do pai, dos avós, da babá ou de qualquer outra pessoa que não estiver imune. Ainda de acordo com a especialista em vacinação, houve o aumento considerável em relação aos anos de 2012 e 2013. “A Organização Mundial da Saúde lançou uma campanha chamada cocoon, que quer dizer casulo, voltada para a prevenção do recém-nascido. A intenção é proteger os pais para que o bebê não seja contaminado. O foco é a coqueluche, mas existem várias outras doenças que podem ser prevenidas através da imunização, o que é uma preocupação mundial”, completa Eliane Milhorim.

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