Mais uma infectologista de Uberaba veio a público reforçar o fato de que a hidroxicloroquina não previne a Covid-19. Através das redes sociais, a médica Danielle Maciel, postou que um painel de especialistas da Organização Mundial da Saúde (OMS) chegou à conclusão de que a hidroxicloroquina não funciona na prevenção da Covid-19. A base para isso são seis estudos que analisaram, em conjunto, 6.059 participantes.
Segundo o texto, a recomendação foi publicada na segunda-feira (1º) na revista científica The BJM. No estudo, a OMS desaconselha que o medicamento seja utilizado como tratamento precoce e alerta para o risco de efeitos adversos. Similarmente, uma pesquisa da Fiocruz Amazônia com a Universidade Federal do Amazonas (Ufam) notou uma maior taxa de infecção por Covid-19 entre pessoas que fizeram uso de medicamentos preventivos.
“Os resultados das pesquisas indicam que o medicamento teve pouco ou nenhum efeito em relação a internações e mortes em decorrência do novo coronavírus, assim como em infecções confirmadas por testes de laboratório. Em outras palavras, as pesquisas mostram que a hidroxicloroquina não funciona na prevenção da Covid-19”, concluiu a especialista.
A OMS ainda pontua que: “O painel considera que essa droga não é mais prioridade de pesquisa e que os recursos devem ser direcionados para avaliar outros compostos para prevenir a Covid-19”. Além disso, a nova diretriz da OMS afirma com certeza que o medicamento pode aumentar o risco de efeitos adversos. Esse fator levou à descontinuação da droga em tratamentos contra a doença.
Outra médica infectologista de Uberaba também já explicou a ineficiência deste tipo de medicamento. Cristina Hueb Barata avalia que as indicações são ineficazes e aleatórias. Questionada por um leitor sobre a possibilidade de criação de ambulatórios para tratamento precoce com hidroxicloroquina e outros medicamentos, Cristina declarou não acreditar na eficiência deste tipo de prevenção.
“Eu sou muito cética em relação à profilaxia com medidas preventivas tomadas sem acompanhamento médico. Sobre usar um medicamento para evitar a contaminação com covid, eu não fui convencida por estudos. O tratamento precoce tem alguns estudos, e talvez alguns medicamentos a serem desenvolvidos. Porém, depois de 1 ou 2 meses, você ter que convencer as pessoas a tomarem remédios sem ter a eficácia comprovada é complicado”, avalia a médica.
Neste final de semana, o deputado estadual Bruno Engler, em vídeo ao lado da prefeita Elisa Araújo reforçou a disponibilização do tratamento precoce. Vale lembrar que ainda no ano passado a Prefeitura de Uberaba anunciou a distribuição de medicamentos para quem se interessasse pelo tratamento precoce. A decisão, inclusive, foi publicada em portaria no diário oficial do Município, o Porta-Voz, e, até o momento não foi revogada, ou seja, continua válida.