SAÚDE

Medicamento para diabetes some das farmácias

Como a experiência tem mostrado que o Victoza leva o diabético à perda de peso, alguns médicos brasileiros já o receitam para tratar ...

Thassiana Macedo
Publicado em 22/09/2011 às 09:49Atualizado em 19/12/2022 às 22:11
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O Victoza não é recomendado para emagrecer, podendo causar hipoglicemia e distúrbios da tireoide

Como a experiência tem mostrado que o Victoza leva o diabético à perda de peso, alguns médicos brasileiros já o receitam para tratar obesidade Um número cada vez maior de pessoas está comprando o remédio injetável Victoza (liraglutida), recém-lançado para o tratamento de diabetes tipo 2, para tratamento de obesidade e emagrecimento. A corrida em busca do remédio em todo o país foi motivada por reportagem “Parece milagre”, da revista Veja do dia 7 de setembro de 2011. Como não é preciso ter receita médica para comprar esse remédio, ele sumiu do mercado. E não há previsão de renovação nos estoques, por conta das distribuidoras, que não estão conseguindo acompanhar a demanda. A reportagem do Jornal da Manhã procurou as principais farmácias de Uberaba e constatou que muitas pessoas estão procurando pelo medicamento após lerem a matéria na revista. De acordo com os farmacêuticos, algumas drogarias fizeram novo pedido após zerar seus estoques, mas as distribuidoras afirmam não ter o remédio para fornecer. Nem mesmo o preço salgado tem afastado os consumidores das farmácias. O Victoza chega a custar cerca de R$ 400. A corrida em busca da receita milagrosa por trazer sérias consequências, primeiro porque pode deixar na mão os pacientes que realmente precisam do medicamento e segundo porque o remédio causa efeitos colaterais importantes para não diabéticos. De acordo com a Agência Nacional de Vigilância Sanitária, o Victoza não é recomendado para emagrecer, podendo causar hipoglicemia, náusea, diarreia, pancreatite, problemas cardiovasculares e distúrbios da tireoide. A nota da Anvisa diz ainda que estudos para a confirmação do efeito cardiovascular da liraglutida encontram-se em andamento e os resultados trarão novas informações a respeito da segurança do produto. A orientação é de que o médico deve ser informado de qualquer caso de efeitos colaterais. A endocrinologista Jussara Gonçalvez alerta que não há estudos específicos que comprovem a utilidade desse medicamento para o controle da obesidade. “Ele foi criado para os diabéticos, mas percebeu-se que eles estavam emagrecendo e hoje existem pessoas loucas para usá-lo contra a obesidade. No entanto, para isso são necessárias muitas pesquisas e estudos antes que haja liberação. Além disso, o remédio é injetável diariamente. O diabético acostumado a aplicar insulina já conhece, mas um obeso, se aplicar uma injeção todos os dias, durante meses, é inviável”, esclarece. Como a experiência tem mostrado que o Victoza leva o diabético à perda de peso, alguns médicos brasileiros já o receitam para tratar a obesidade, mesmo sem indicação na bula. A especialista destaca, ainda, que, por enquanto, não é permitido aos médicos receitar este medicamento para tratamento da obesidade. Jussara orienta que a população espere a realização de mais estudos que confirmem a real eficiência do remédio, já que não se sabe se o emagrecimento provocado em diabéticos pode ser prejudicial à saúde de quem não tem glicemia alta.

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