SAÚDE

Medicamentos para tratamento do HIV serão produzidos a partir de 2015

O acordo prevê a capacitação profissional, compra de equipamento, fabricação e distribuição, mas não incluiu o insumo ativo

Publicado em 03/12/2012 às 14:10Atualizado em 19/12/2022 às 15:57
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Começa em 2013 a troca de tecnologia entre o laboratório norte-americano Bristol-Myers Squibb e o Ministério da Saúde para produzir o antirretroviral Atazanavir. O medicamento é utilizado na fase intermediária do tratamento do HIV/Aids por

45 mil pessoas, cerca de 20% dos pacientes com a doença atendidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).

O acordo prevê a capacitação profissional, compra de equipamento, fabricação e distribuição, mas não incluiu o insumo ativo.

O componente será transferido para um laboratório privado brasileiro, de onde será comprado pelo governo, representando a economia de R$ 385 milhões em cinco anos. Hoje, o gasto anual com o remédio importado é em torno de R$ 86,46  milhões.

A previsão é de que a produção nacional comece em 2015 e se complete em  2017, quando terminará a patente do Atazanavir. Até o fim deste prazo, o Brasil continua comprando da Bristol.

Para o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, mesmo tendo que pagar pela transferência de conhecimento, embutida no preço dos comprimidos até 2017, a troca de tecnologia é mais vantajosa que a quebra da patente.

Segundo ele, o país ganha autonomia em relação à política de preços do laboratório e à variação cambial, incentivando o desenvolvimento produtivo local. “Isso permite

que o setor internacional continue investindo no Brasil e traga para nossos laboratórios públicos o que tem de mais moderno”, afirmou Padilha, durante o evento que marcou a parceria, firmada às vésperas do Dia Mundial de Luta contra a Aids, celebrado em 1º de dezembro. “Usaremos todas as estratégias para oferecer o que tem de mais moderno e mais barato”.

Outra vantagem competitiva para o Brasil é adiantar a produção nacional do Atazanavir, antes do fim da patente do Bristol-Myers, disse o presidente do Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos) da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), Hayne Felipe da Silva.

“O Brasil antecipa o conhecimento, a tecnologia e fica com o domínio, além de reduzir os custos. Se não tivesse a parceria, a Bristol poderia fazer o preço que quisesse, porque é dona da patente. Só depois o Brasil poderia lançar mão de outros fornecedores”, disse Hayne.

O próximo passo no âmbito da produção de remédios para HIV/Aids será a produção de remédios três em um. A meta é produzir coquetéis com os antirretrovirais: Efavirenz, Lamivudina e Tenofovir.

Atualmente, 20 remédios para doença são fornecidos para o tratamento do HIV/Aids no país.

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