SAÚDE

Medicina aposta em células do cordão umbilical

Coletado na hora do parto e armazenado em bancos de sangue, elas sugerem novas possibilidades na terapia celular de doenças do sangue

Publicado em 18/04/2010 às 11:36Atualizado em 20/12/2022 às 07:00
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No Brasil, acontecem cerca de 3 milhões de partos por ano e não há aproveitamento do cordão     As células-tronco renovam a perspectiva de cura de diversas doenças, inicialmente as do sangue. Até pouco tempo, falava-se muito nas células embrionárias, que hoje se sabe que, inseridas num organismo adulto, podem causar tumores. Mas uma das fontes cuja procura tem aumentado está no sangue do cordão umbilical. Células que também são encontradas em gordura, dentes, cabelos, sangue menstrual, na medula e em tecidos do corpo, de forma mais difícil de encontrar.   O cordão umbilical é rico em células-tronco, que têm alta capacidade de formar vários tecidos e órgãos do corpo humano. Coletado na hora do parto e armazenado em bancos de sangue, elas sugerem novas possibilidades na terapia celular de doenças do sangue. Em Minas Gerais, a procura pelo serviço cresceu 25% no ano passado em relação a 2008. A média de congelamentos mensais já chega a 40 no Estado, para uma espécie de “poupança biológica”, que ficam preservadas para a utilização por toda a vida do indivíduo doador.   Segundo a pesquisadora PhD em Biologia Molecular de São Paulo e consultora do Banco de Cordão Umbilical em Uberaba, Lilian Piñero Eça, as células tronco já são usadas na medicina, em transplantes de medula óssea, desde 1960. “A aplicabilidade disso na medicina atual é que as pessoas tenham consciência de que não podem jogar célula-tronco no lixo, como temos feito.   Nasce um bebê e, sem dor nenhuma, temos uma bolsa de sangue com células virgens e puras, que não sofreram interferências da poluição, de doenças, estresse ou de agrotóxico da alimentação. E amanhã, se a criança vier a ter uma doença degenerativa, vamos lembrar que acabamos de jogar esse material precioso no lixo”, destaca a pesquisadora.   No Brasil, acontecem cerca de 3 milhões de partos por ano. “Para não cairmos na fila de espera do SUS, se viermos a precisar de uma UTI ou assistência rápida e não termos lesões sérias por falta de atendimento, precisamos investir em convênio médico, cujo valor é muito alto”, destaca. Segundo Lílian, muito diferente do que se paga ao banco de cordão umbilical, que tem uma taxa de coleta e outra que é menos de R$ 50 por mês, por uma espécie de seguro saúde para o filho. “Ninguém quer precisar da UTI ou mesmo das células do cordão, porque o dia em que isso acontecer significa que estarei com um problema sério. Mas sei que, com o DNA do meu filho, não vai haver rejeição nem terei que entrar na enorme fila de transplantes”, frisa.   Aplicação. Doenças do sangue são muito sérias e matam rapidamente. Por isso, para a Ph.D. em Biologia Molecular, a atual aplicabilidade é grande. São mais de 80 doenças cuja aplicação já foi testada com ótimos resultados. Leucemia, linfomas, melomas, anemia falciforme, anemia de Fanconi, talassemia, doenças autoimunes, lúpus. “Fora isso, temos mais de 200 doenças que estão em estudo clínico em seres humanos, como diabetes, paralisia cerebral em crianças, cegueira congênita, AVC, doenças do coração, que são a primeira causa de morte no mundo. E acredito que daqui uns cinco anos já estarão sendo tratadas com essa técnica em ambulatório”, revela.  

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