As doenças que atingem o coração e o sistema vascular ainda são as maiores causas de morte no Brasil, respondendo por mais de 300 mil óbitos anuais no país
Pesquisa de médicos da Universidade Federal Fluminense aponta que melhorias das condições socioeconômicas da população reduziram o índice de mortalidade por doenças cardiovasculares, principalmente nos casos de acidente vascular cerebral (AVC). A pesquisa revelou que os benefícios atingem todas as faixas da sociedade, porque há investimentos nos fatores determinantes, como queda de mortalidade infantil, aumento nos anos de estudos e elevação do PIB.
Para a Sociedade Brasileira de Cardiologia (SBC), o resultado da pesquisa é muito importante, porque as doenças cardiovasculares ainda são a maior causa de morte no Brasil, respondendo por mais de 300 mil óbitos anuais. De acordo com o cardiologista Marco Aurélio Almeida, combater o sedentarismo, mudar a alimentação, controlar diabetes e hipertensão e evitar tabagismo e consumo de bebida alcoólica são medidas fundamentais para reduzir os riscos de doenças cardiovasculares. “Deveríamos, pelo menos, instituir a atividade física, que fosse uma caminhada mais rápida quatro a cinco vezes por semana, de 40 minutos a uma hora, em um ritmo que não fosse lento. Não precisa correr, mas tem que ser um ritmo de caminhada mais acelerado. A atividade física é a pedra fundamental de quem quer fazer prevenção cardiovascular”, explica. O ideal é evitar o período em que os raios solares são mais intensos, geralmente entre as 10h e 16h, e procurar terrenos planos.
O especialista ressalta ainda que, com pequenas mudanças na rotina, as pessoas podem evitar esse risco e aumentar a qualidade de vida. “O importante é ter uma alimentação que seja baseada no consumo bem aumentado de frutas, verduras e legumes. O ideal é que a carne seja, de preferência, branca, ao invés da vermelha, e o peixe seja grelhado ou feito ao molho”, ressalta Almeida.
Tensão causada por fatores do cotidiano, como trânsito, violência e excesso de trabalho, causam aumento da pressão arterial e a liberação de hormônios que podem comprometer seriamente a saúde cardíaca. Por isso, outra recomendação do médico é manter o estresse sob controle, buscando passar mais tempo com a família, em atividades físicas ou de lazer. O cardiologista alerta que o consumo exagerado de refrigerantes é tão ruim quanto o uso de bebida alcoólica.