SAÚDE

Meningite é silenciosa e prejudicial; entenda a doença

No Dia Mundial de Combate a Meningite, o neurologista Lineu Miziara explica a doença

Rafaella Massa
Publicado em 25/04/2021 às 13:00Atualizado em 18/12/2022 às 13:17
Compartilhar

O neurologista Lineu Miziara alerta que as crianças são especialmente frágeis à meningite bacteriana e, por isso, os pais e tutores devem ter maior atenção (Foto/Arquivo)

O dia 24 de abril foi escolhido como o Dia de Combate à Meningite, uma doença silenciosa que pode se tornar letal.  A meningite é uma doença muito grave, responsável por mortes, inclusive de crianças, e que pode deixar sequelas neurológicas consideráveis nos pacientes quando não tratada a tempo. Ela é causada por uma inflamação das meninges, as membranas que revestem nosso cérebro e nossa medula. Entre as mais graves, está a inflamação bacteriana, levando o nome de meningite bacteriana.

A infecção pela bactéria ocorre de diversas formas, entre elas o contato com a saliva, a voz, a tosse, o beijo, ou qualquer outro contato próximo a alguém infectado com a bactéria no trato respiratório. Elas causam inflamação, que muitas vezes cai na corrente sanguínea, ou podem ser transmitidas através de uma infecção do ouvido, que está próximo do cérebro. Até mesmo uma sinusite pode acabar infectando as meninges, explica o neurologista Lineu Miziara.

Ele ainda afirma que, muitas vezes, os adultos, maiores transmissores da doença, podem não saber que estão infectados. As bactérias infecciosas colonizam o trato respiratório superior (boca, lorofaringe) e a pessoa desconhece que tenha essas bactérias. Lineu Miziara ainda alerta que as crianças são especialmente frágeis à bactéria. “Numa pessoa que tem uma defesa menor, como é o caso de uma criancinha por exemplo, que tem a imunidade mais baixa, porque o sistema imunológico ainda está pouco desenvolvido, essa bactéria passa a ser virulenta, passa a ser agressiva e pode infectar as meninges”, afirma.

Outro fator que agrava a situação das crianças com relação à meningite é a dificuldade na identificação dos sintomas. Por causa da dificuldade em explicar o que sentem, é preciso muita atenção por parte dos responsáveis. “A rigidez na nuca muitas vezes não acontece na criança. Então, se a mãe notou que o bebê está mamando muito menos, está sonolento, apresentando agitação, irritabilidade, enjoo, vômito, a febre é comum em meningite nas crianças, é preciso ter um alto grau de suspeição. Na dúvida, leve a criança imediatamente ao pediatra ou ao pronto socorro”, alerta o médico.  

A sensibilidade das crianças a meningite não anula os riscos que a doença causa aos adultos e idosos, que também são alvos de contaminação. O que muda, pode ser, geralmente, as bactérias que causam essa doença. Por isso, o diagnóstico precoce é mais do que essencial para salvar vidas. Entre alguns sintomas da doença estã febre alta, dor de cabeça forte, muita sonolência e confusão, rigidez na nuca, enjoos e náuseas. “O diagnóstico rápido é fundamental para que se instale o antibiótico e nós possamos salvar a vida das pessoas” informa Lineu.

Os casos de meningite bacteriana, que são as mais agressivas e devastadoras, podem deixar sequelas. E, geralmente, a doença se instala em poucos dias, no entanto, alguns casos raros de meningites crônicas, que se prolongam por mais tempo, podem acontecer. Por isso, o diagnóstico rápido e o tratamento são tão importantes. Algumas sequelas que podem ser causadas pela meningite bacteriana são paralisia completa ou parcial, deficiência mental, surdez entre outras. Porém, nem todas as meningites são tão graves. Lineu Miziara afirma que algumas formas da doença são mais leves. “A primeira coisa a se fazer é identificar a causa das meningites. Tem as meningites chamadas virais, que não são tão perigosas. Tem as meningites que são bacterianas, as mais devastadoras e agressivas. E existe uma possibilidade de meningite bem menos recorrente que são as por fungo”, afirma. O isolamento desse paciente é vital para evitar o contágio para outras pessoas.

Outro fator vital para prevenir a infecção citado pelo médico é a importância de tratar as pessoas que tiveram contato próximo com esse paciente. “Por exemplo, alunos numa sala de aula, pessoas dentro de casa. É indicada a profilaxia (medida preventiva) com antibiótico para essas pessoas que tiveram contato depois que for diagnosticada a meningite”, diz .

A boa notícia: todas as variações da doença podem ser prevenidas com a aplicação de vacinas. “O Brasil se vacina compulsoriamente contra a meningite por Meningococo C, que são bactérias que, geralmente, levam à meningite”, afirma o neurologista. Essas vacinas podem ser ministradas a partir dos quatro meses de idade com a orientação de um pediatra. Outro fato feliz é que o uso da máscara, assim como ajuda a prevenir outras doenças como a Covid-19, gripe, pneumonia, entre outros, ajuda a prevenir a meningite.

Assuntos Relacionados
Compartilhar
Logotipo JM OnlineLogotipo JM Online

Nossos Apps

Redes Sociais

Razão Social

Rio Grande Artes Gráficas Ltda

CNPJ: 17.771.076/0001-83

Logotipo JM Magazine
Logotipo JM Online
Logotipo JM Online
Logotipo JM Rádio
Logotipo Editoria & Gráfica Vitória
JM Online© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por