O exame é oferecido gratuitamente, desde o ano passado, não apenas para os bebês prematuros ou que apresentem outros riscos
Minas Gerais foi o primeiro Estado a realizar a Triagem Auditiva Neonatal pelo Sistema Único de Saúde (SUS). O exame é oferecido gratuitamente, desde o ano passado, não apenas para os bebês prematuros ou que apresentem outros riscos, mas para todas as crianças nascidas vivas no Estado. A iniciativa tem por objetivo promover o diagnóstico precoce, minimizando, assim, os efeitos da deficiência auditiva. “A criança que recebe o diagnóstico de perda auditiva até os três meses poderá sofrer a intervenção até os seis meses de vida. Se isso ocorrer, ela terá desenvolvimento de linguagem normal ou bem próximo do normal de uma criança ouvinte. Isso é comprovado cientificamente e, por esse motivo, a triagem neonatal é tão importante”, ressalta a fonoaudióloga Sanyelle Pinheiro, responsável pelo serviço de atenção à saúde auditiva do Hospital Alzira Velano, em Alfenas. De acordo com Sanyelle, o bebê tem o ouvido formado na 20ª semana de gestação. A partir daí, ele já tem condições de ouvir o barulho dos órgãos da mãe e até a voz de pessoas próximas. Isso significa que a criança que nasce com algum problema auditivo tem cerca de 18 semanas de privação sensorial. Nesse sentido, saber da deficiência o mais rápido possível torna-se ainda mais essencial. “É preciso lembrar sempre o tempo de privação que a criança teve. E é por meio da triagem auditiva neonatal que vamos evitar que esse bebê continue sendo privado dos sons”, reforça a fonoaudióloga. Conforme a resolução que institui a Triagem Auditiva Neonatal como procedimento oferecido pelo SUS em Minas Gerais, todo bebê considerado de alto risco para o desenvolvimento de deficiência tem prioridade na realização do teste e, se possível, já deve sair da maternidade com o exame feito. Atualmente, o teste é realizado em 18 maternidades do Estado, inclusive no Hospital de Clínicas da UFTM.