As vítimas de infarto socorridas pelo Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu 192) terão mais chances de sobreviver e ficar sem sequelas, com a inclusão de um novo medicamento nas ambulâncias do serviço. A inclusão do trombolítico é prevista na portaria assinada pelo ministro da Saúde, Arthur Chioro, durante o IV Congresso Nacional do Samu. A estimativa é de que a incorporação reduza em 17% o número de óbitos por infarto. A portaria também prevê recursos financeiros para os municípios que aderirem à ação.
O SUS registrou, em 2012, 84.157 mortes e 59.510 internações por infarto agudo do miocárdio. A expectativa é de que, com o medicamento, o Samu possa salvar até 8.368 pessoas por ano. Com a portaria, o Ministério irá repassar o recurso para que os municípios realizem a aquisição. O impacto da demanda no orçamento, tendo em vista os preços de mercado do trombolítico, seria de até R$ 19,6 milhões. No entanto, a negociação do Ministério da Saúde com a única farmacêutica fabricante do medicamento permitiu uma redução de até 57%, ou seja, para R$ 8,5 milhões.
O trombolítico estará disponível nos veículos que dispõem de Suporte Avançado de Vida e de profissional médico capacitado para a realização da trombólise. São eles a Unidade de Suporte Avançado Terrestre (USA), a equipe embarcação e a equipe aeromédico.
Para ter acesso ao recurso está a indicação pelo município de leitos de terapia intensiva (UTI tipo II ou III) e leitos habilitados como Unidade Coronariana, além de referenciar um estabelecimento habilitado em procedimentos de hemodinâmica. Também deve ser informado que os profissionais do Samu da localidade foram especificamente capacitados para a administração do trombolítico.
Os pacientes poderão ter o tratamento já na ambulância, uma vez que o trombolítico é de fácil e rápida administração no veículo – apenas uma ampola é suficiente. Além disso, o uso precoce do medicamento reduz as chances de o infartado apresentar sequelas, como a insuficiência cardíaca, que obriga o paciente a tomar medicamentos por toda a vida. Ou seja, além do benefício à população, a medida diminui o valor gasto com a compra de medicamentos que seriam utilizados em casos com sequelas.