O Ministério da Saúde vai ampliar a indicação de uso do tratamento com antirretroviral, que poderá ser administrado de maneira precoce. A medida, que integra novo Consenso Terapêutico da doença, tem como objetivos reduzir a ocorrência de infecções associadas à Aids e minimizar a transmissão do vírus. A expectativa é beneficiar em torno de 35 mil pessoas que não estavam no grupo indicado para o uso dos medicamentos.
“O Brasil será o único país de grande dimensão que ofertará esse tipo de tratamento, que reduz o risco de infecções oportunistas, como a tuberculose, que causa maior mortalidade associada ao HIV no País”, explica o ministro da Saúde, Alexandre Padilha. Segundo ele, a decisão foi tomada com base em “estudos recentes, que demonstraram aumento na qualidade de vida e diminuição de eventos adversos imediatos e de longo prazo”.
Também como medida de prevenção, as novas recomendações do Ministério da Saúde incluem a possibilidade de antecipação do início do tratamento para evitar a transmissão entre parceiros sexuais fixos sorodiscordantes – relação em que um é soropositivo e o outro, não. A iniciativa complementa as estratégias de prevenção já existentes, com destaque para estímulo ao uso de preservativos.
O investimento federal estimado para a inclusão dos dois novos grupos de pacientes – tratamento precoce e casais sorodiscordantes – é de R$ 120 milhões ao ano.
Mudança. A principal mudança das diretrizes é a expansão do tratamento antirretroviral para todas as pessoas com contagem de linfócitos CD4 – células de defesa do organismo que indicam o funcionamento do sistema imunológico – menor ou igual a 500 células/mm3. Até a edição da mudança, o parâmetro para início do tratamento era menor ou igual que 350 células/mm3.
Pelo consenso, também há indicação de terapia antirretroviral para pacientes, cuja contagem de linfócitos está acima de 500 células/mm3 para casos específicos, como coinfecção com hepatite B, doença cardiovascular ou renal atribuída ao HIV e tumores.