SAÚDE

Mortalidade materna cai 21% no Brasil em 2011

Entre janeiro e setembro do ano passado, foram contabilizados 1.038 óbitos decorrentes de complicações...

Publicado em 29/05/2012 às 09:04Atualizado em 19/12/2022 às 19:25
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O Brasil registrou queda recorde nos números de mortes maternas em 2011, segundo balanço oficial do Ministério da Saúde. Entre janeiro e setembro do ano passado, foram contabilizados 1.038 óbitos decorrentes de complicações na gravidez e no parto, o que representa queda de 21% em comparação ao mesmo período de 2010, quando 1.317 mulheres morreram por estas causas. Mesmo assim, o estudo demonstra que ainda há um longo caminho a percorrer até que o Brasil atinja a Meta do Milênio, que é de reduzir em 25% o óbito materno até 2015.

Ainda segundo o Ministério da Saúde, este alcance é resultado da implantação da Rede Cegonha. Com pouco mais de um ano, a iniciativa já atende 36% das gestantes no Sistema Único de Saúde (SUS) e entre as melhorias, o avanço no acesso das mulheres às consultas de pré-natal, que em 2011, chegou a quase 2 milhões de mulheres com o mínimo de sete consultas pré-natais. A Rede Cegonha busca assegurar e prevê a expansão e qualificação de maternidades; leitos; Centros de Parto Normal; Casas da Gestante, do Bebê e Puérpera; o direito ao acompanhante no parto; exames de pré-natal; planejamento familiar, acompanhamento das crianças até os 2 anos de idade, entre outras ações.

Ainda de acordo com o levantamento, houve uma intensificação da redução quando comparada aos anos anteriores. Nos últimos dez anos, sempre esteve variando entre 5% e 7%. É a primeira vez que a redução da mortalidade materna passa de 20%. De 1990 a 2010, o indicador de mortalidade materna no país passou de 141 para 68 óbitos a cada 100 mil nascidos vivos. Houve redução em todas as causas diretas de mortalidade materna: hipertensão arterial (66%), hemorragia (69%), infecções pós-parto (60%), aborto (82%) e doenças do aparelho circulatório complicadas pela gravidez, pelo parto ou pelo pós-parto (43%).

Segundo o obstetra Roberto Araújo Costa, os números são bastante importantes em termos de saúde pública, já que a mortalidade materna é uma tragédia pessoal, mas também em saúde pública. “Isso identifica exatamente a qualidade de saúde de um determinado país. Uma queda de mais de 20% dessa taxa de mortalidade materna é um avanço enorme, significando que há um empenho do governo em programas voltados à população carente”, revela. Para ele, a proposta da Rede Cegonha é positiva, pois demonstra uma preocupação com o acompanhamento de mulheres na cidade onde vivem, promovendo a interação entre a gestante e a rede de saúde nos mais variados níveis, desde a rede básica de saúde até o hospital de média e alta complexidade. “Porém, só 36% do território nacional tem a Rede Cegonha instalada, o que torna precoce dizer que a queda na mortalidade se deve apenas ao programa”, completa o obstetra.

 

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