MS abre consulta sobre atendimento de AVC

O Acidente Vascular Cerebral (AVC) está entre as principais causas de mortes no Brasil. De acordo com o cardiologista Carlos Alberto Ribeiro Arruda, infartos cardíacos e os “derrames” lideram estatísticas de morte no país, sem dar preferência a homens ou mulheres. E o derrame é a principal causa de incapacidade, segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS).

Entretanto, o especialista alerta que nem sempre as dores no lado esquerdo do peito, provocadas pelo esforço, são indicativas da possibilidade de infarto. Na verdade, variam. “Fadiga, mal-estar, inquietação inexplicável, ou dores atípicas, como nos braços, costas, pescoço e mandíbula também podem ser sintomas, principalmente em mulheres”, revela.

O tratamento precoce é fundamental. Por isso, com o objetivo de melhorar a assistência aos pacientes com diagnóstico de AVC, reduzindo sequelas e óbitos, o Ministério da Saúde abriu consulta pública para análise de protocolo clínico do atendimento a pacientes com a doença. O documento “Protocolo Clínico e Diretrizes Terapêuticas – Trombólise no Acidente

Vascular Encefálico Isquêmico Agudo”, foi publicado no Diário Oficial da União, no Dia Mundial de Combate ao AVC, 29 de outubro, e visa a ser uma espécie de manual orientando profissionais de saúde no diagnóstico e tratamento clínico, com uso racional de medicamentos.

Uma das orientações é a utilização do medicamento Alteplase, que age na dissolução de coágulos. Estudos demonstram que, administrado até quatro horas após o início dos sintomas, o medicamento reduz em até 30% os riscos de sequelas em pacientes com AVC. A expectativa do Ministério é de que comecem a nova terapia nas unidades de saúde em 2011.

O AVC causa perda de função neurológica, decorrente do entupimento ou rompimento de vasos sanguíneos do cérebro. A causa pode ser hipertensão, malformação arterial cerebral (aneurisma), cardiopatia entre outros.

A Sociedade Brasileira de Hipertensão considera que 40% das mortes por Acidente Vascular Cerebral podem ser atribuídas à hipertensão. Segundo estudo, ela atinge 24,4% da população adulta (10% em Uberaba).

Arruda explica que o segredo está na prevenção. “Como a instalação da doença geralmente precede em muitos anos o surgimento dos sintomas, a adoção de hábitos de vida mais saudáveis é sempre o melhor remédio. Sobre esse aspecto, recomenda-se evitar o hábito tabagista, combater energicamente a obesidade e o estresse, controlar a pressão arterial, ter uma alimentação balanceada e nunca deixar de praticar esportes, além de contar sempre com o auxílio de seu médico”, esclarece.