Todo mundo sabe que trabalhar é uma tarefa, às vezes, bastante estressante. Mas para o espanto de muitos, em casa o estresse é maior do que no trabalho, como revela pesquisa promovida pela Secretaria Estadual de Saúde e a Sociedade de Cardiologia, em 2009. Os dados avaliaram risco cardiovascular em 100 mil pessoas de Campinas e da capital paulista e foram divulgados no dia 18. No total, 23,2% das pessoas ouvidas afirmaram ter sofrido estresse dentro de casa, enquanto que para 15% dos entrevistados houve estresse intenso ou exagerado no trabalho. Filhos, marido, esposa, cachorro, responsabilidades, problemas no orçamento estão entre os fatores que têm contribuído para deixar o ambiente da residência mais estressante. “É um contínuo, pois a pessoa estressa no trabalho com a cobrança por resultados e ao chegar em casa passa por situações estressantes também. O indivíduo está quase que o tempo inteiro sob um estresse muito grande. Outro motivo é que hoje o desajuste familiar é muito maior do que no passado”, afirma o cardiologista Marco Aurélio Almeida. De acordo com o especialista, cerca de 60% dos pacientes com problemas cardiovasculares têm problemas com o estresse, que pode ser considerado um grande vilão da saúde. Ele tem relação direta com as morbidades que causam infarto e derrame, como o diabetes e a hipertensão. É difícil especificar um tratamento para melhorar o estresse. O cardiologista afirma que, apesar de a psicoterapia ser uma maneira de tratar esse mal, a melhoria da qualidade de vida pode ser a opção mais indicada. Buscar ter mais lazer, manter uma convivência melhor em família e discutir os problemas, ter pausas mais programadas, como viagens e até mesmo uma caminhada podem ser alternativas para aliviar essa tensão. “Seria muito mais uma mudança de atitude do que um tratamento com qualquer tipo de droga”, recomenda.