Nenhum medicamento é inocente, diz o médico patologista

Indisposição que pode levar uma pessoa a ficar acamada, febre alta, dor no corpo e cansaço são os sintomas mais característicos da gripe. Antes de surtos como o da gripe A H1N1 no Brasil, era comum a despreocupação da população quanto aos riscos da automedicação. No entanto, o patologista Guilherme Ferreira de Oliveira alerta que a utilização incorreta de medicamentos pode mascarar ou retardar o diagnóstico da gripe suína.

“Nenhum medicamento é inocente. O antibiótico, obviamente, tem receita limitada, porque pode causar muitos problemas, caso seja utilizado sem necessidade, já que aumenta a resistência de agentes causadores de doenças. O Tamiflu também não é um medicamento inocente, pois tem seus efeitos colaterais e não deve ser usado em todos os casos, sem critério. Existe um protocolo do Ministério da Saúde que define esses critérios. No entanto, muitas vezes o médico fica em dúvida, precisa ter mais informações, e é aí que entra o teste rápido para H1N1”, esclarece.

O patologista Guilherme Ferreira destaca que a única medicação aceitável para uma pessoa tomar por conta própria é o antitérmico. “Qualquer outro medicamento só deve ser tomado com orientação médica, porque uma febre leve poderá ser controlada com o antitérmico, não sendo necessário procurar um médico. Se mesmo assim a febre passar de 38,5ºC ou 39ºC, vale a pena procurar atendimento médico para diferenciar que infecção está ocorrendo. Algumas vezes, a doença pode surgir de forma branda. Nesse caso, o paciente vai ao médico, recebe a medicação e é encaminhado para casa. Quando houver qualquer mudança nesse quadro, ou seja, se piorar, a orientação ao paciente é voltar rapidamente ao médico, pois assim tem ocorrido nos casos de H1N1 que mais têm se complicado. O paciente fica em casa, acreditando que vai ficar bem, e quando chega a procurar atendimento, apresenta quadro clínico grave”, frisa.