SAÚDE

Neuropsicóloga revela relação entre estresse e falta de atenção

Levantamento realizado pela Organização Mundial de Saúde revela que o estresse atinge cerca de 90% da população global e está associado ao desenvolvimento de doenças, como câncer

Thassiana Macedo
Publicado em 21/05/2014 às 22:47Atualizado em 19/12/2022 às 07:40
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Levantamento realizado pela Organização Mundial de Saúde revela que o estresse atinge cerca de 90% da população global e está associado ao desenvolvimento de doenças, como câncer, depressão, diabetes e hipertensão. No Brasil, por exemplo, 132 mil infartos são causados pelo estresse do dia a dia, conforme o Ministério da Saúde. Porém, como se adaptar a este mundo tão globalizado, repleto de informações, que chegam até nós com uma velocidade surpreendente, sem perder o foco?

De acordo com a neuropsicóloga Sumaya Figueiredo, esse é um desafio difícil e não há dúvidas de que o ritmo de vida, os excessos, a velocidade das mudanças e dos fatos que ocorrem num intervalo de tempo cada vez menor, afeta todos nós. “Talvez um exemplo, disso, possa ser quando tendemos a agir com pressa. Em consequência, ligamos o ‘nosso piloto automático’. Fazemos várias coisas ao mesmo tempo, mas temos que parar e nos perguntar: será que tranquei a porta do carro? Já tomei o remédio? Isso acontece porque ao realizarmos essas tarefas não tivemos a devida atenção”, alerta.

A especialista ressalta que a falta de atenção entre outros aspectos está relacionada ao alto nível de estresse, ansiedade, podendo levar também a dificuldades de memorização. “Sabemos que o ritmo de vida nos centros urbanos pode prejudicar o desempenho das funções cognitivas, em especial a capacidade de concentração e a memória. Alguns estudos mostram que hoje as pessoas que vivem sob pressão ou alto nível de estresse, por problemas diversos, preocupações, sobrecargas, entre outros, e por tempo prolongado, têm um risco aumentado de sofrer alterações, inclusive na anatomia do cérebro. Assim, podem desenvolver depressão, ansiedade e outros transtornos, até mesmo neurodegenerativos”, explica Sumaya.

No entanto, segundo a neuropsicóloga, há maneiras de melhorar o funcionamento do nosso cérebro. “Para começar, o ideal é tentar fazer uma coisa de cada vez, usando a atenção consciente. Além disso, exercitar o cérebro através de atividades adequadas que o ajudem a funcionar bem e o mantenham saudável. Nesse caso, falamos sobre os treinos cognitivos ou estimulação cognitiva”, ressalta.

Treinos cognitivos. Muitas pessoas se dedicam a exercícios físicos para manter o corpo saudável, mas se esquecem de também exercitar o cérebro. Sumaya explica que a função cognitiva é subdividida em atenção, memória, funções executivas, entre outras. “Quando a pessoa conhece o seu ‘funcionamento cognitivo’, ela entende seus pontos fortes e fracos e por que e como deve exercitar suas funções cognitivas. Ela se convence sobre a importância da quantidade, do tipo e da regularidade dos diversos exercícios. Isso porque os treinos cognitivos buscam a otimização do funcionamento de cada habilidade, estimulando o processo de neurogênese e contribuindo para o aumento da capacidade de plasticidade cerebral. Trata-se da reorganização de seu funcionamento, que é base para a recuperação e manutenção funcional”, completa a especialista.

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