O governo espera aumentar em 15% o número de cirurgias cardíacas no sistema público em um ano Os valores pagos por 105 cirurgias cardiovasculares na rede pública de saúde serão reajustados pelo Ministério da Saúde, a partir de novembro. Com um investimento de quase R$ 100 milhões, o governo espera aumentar em torno de 15% o número de cirurgias cardíacas no sistema público, no prazo de um ano. Em Uberaba, de acordo com o chefe do Departamento de Cirurgia Cardíaca da Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM), Fabiano Ferreira Vieira, no Hospital de Clínicas (HC) o recebimento da verba será diferente. “Como somos um hospital federal, recebemos o salário do governo e a medida vale apenas para quem faz cirurgias fora de instituição federal. Mas o Hospital é que receberá esse aumento”, revela. Para o cirurgião, se os médicos da UFTM recebessem o valor embutido no salário, seria positivo, pois serviria de estímulo e incentivo de produção. “No nosso caso, como o Hospital receberá esse aumento, também será bom, porque teremos mais verba para inovar o serviço, comprar equipamentos e melhorar a qualidade do atendimento da instituição como um todo”, completa Vieira. O HC, único hospital credenciado a fazer operações cardíacas pelo SUS, realiza em média três a quatro cirurgias cardíacas por semana, o que equivale de 12 a 16 procedimentos por mês. “O ideal para a nossa realidade de Uberaba é que operássemos cinco pacientes por semana e cerca de 20 por mês, mas por enquanto não atingimos isso porque estamos precisando de melhorias para crescer. E essa verba pode ajudar na compra de equipamentos novos e na melhoria de nossas condições de trabalho, para aumentarmos o número de cirurgias. Isso vai melhorar o resultado, com certeza, tanto na quantidade de procedimentos quanto na qualidade”, explica o chefe da cirurgia cardíaca. SUS. De acordo com o ministério, o valor pago a um médico por uma cirurgia de ponte de safena, por exemplo, passará de R$ 1.330 para R$ 3,8 mil. Os reajustes foram concedidos para cirurgias de aorta, válvula, revascularização do miocárdio, pediatria, procedimentos cardiovasculares e implante de marcapasso. Em 2009, foram feitas 65,4 mil cirurgias cardiovasculares com recursos do Sistema Único de Saúde (SUS).