De acordo com os últimos dados divulgados pela Secretaria de Saúde do Estado de Minas Gerais, até o dia 4 de outubro foram registrados 38.844 casos da doença...
Segundo Guilherme Oliveira, exame permite a análise em duas horas e a partir dos primeiros dias dos sintomas
De acordo com os últimos dados divulgados pela Secretaria de Saúde do Estado de Minas Gerais (SES-MG), até o dia 4 de outubro foram registrados 38.844 casos da doença, dos quais dez foram a óbito. Em Uberaba, já foram confirmados 2.204 casos este ano, 1.314 notificações foram descartadas e outras 85 pessoas ainda aguardam resultados de exames. Nesta época do ano, devido ao forte calor e à iminência do início do período de chuvas recorrentes, aumenta o risco de transmissão da doença e a confirmação de novos casos de dengue preocupa a população.
Além das medidas de controle e prevenção por parte do Estado e da população, especialistas alertam para o diagnóstico precoce. Segundo o médico patologista clínico, Guilherme Oliveira, gradativamente, os médicos têm substituído o teste tradicional pelo chamado Dengue Early NS1. “O novo exame detecta uma proteína que está presente em grande quantidade no sangue, durante a fase inicial da infecção.
O resultado sai no mesmo dia e, em emergências, em apenas duas horas”, explica. Já o tradicional exame sorológico só detecta os anticorpos contra o vírus, produzidos pelo organismo, após o 5º ou 7º dia do aparecimento dos primeiros sintomas.
Os sinais de manifestação da dengue são parecidos com o de várias outras infecções: febre alta, dores musculares, dor de cabeça, cefaleia, náuseas, vômitos e diarreia. Portanto, em caso de suspeita, é necessário procurar um médico para que ele avalie clinicamente o paciente e solicite o exame laboratorial para confirmar a enfermidade. “O diagnóstico precoce é importante para que o médico possa iniciar o tratamento adequado do paciente. Dessa forma, é possível reduzir as complicações na evolução da doença e, até mesmo, a mortalidade nestes casos”, afirma Oliveira.
Pesquisas. A Organização Mundial da Saúde (OMS) estima que ocorram anualmente de 50 milhões a 100 milhões de casos de dengue no mundo. No Brasil, em 2010, foram registrados 1 milhão de casos, ao custo para o governo federal de
R$ 800 milhões.
Para evitar problemas como este, o desenvolvimento de uma bactéria que contamina o mosquito Aedes aegypti aliado à aplicação de vacinas contra a dengue podem erradicar a doença no Brasil, dentro de cinco a dez anos, segundo o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Jarbas Barbosa. Ele revela que uma vacina testada recentemente mostrou-se efetiva contra três dos quatro subtipos da dengue.
O método de combate com a bactéria Wolbachia começou a ser testado em 2006 e já está na fase de campo na Austrália. Além disso, a pesquisa começará a ser testada contra o Aedes aegypti no Brasil, em meados de 2014.