Número de pessoas com diabetes cresce cerca de 40% em seis anos

No Dia Mundial do Diabetes, comemorado em novembro, o Ministério da Saúde divulgou dados inéditos sobre a doença no Brasil e revela que o número de casos está crescendo. A pesquisa Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel 2012) revelou o aumento de 40% entre 2006, primeiro ano do levantamento, e o ano passado. O percentual de pessoas que se declararam diabéticas passou de 5,3% para 7,4% no período.

O avanço do diabetes está relacionado ao excesso de peso, à falta de exercícios físicos, à má alimentação e ao envelhecimento da população. O Vigitel aponta que 75% do grupo de brasileiros convivendo com o diabetes está acima do peso. Pelo Vigitel 2012, o diabetes é mais comum em mulheres (8,1%) do que em homens (6,5%). Segundo a endocrinologista Adriana Lúcia Mendes, para se evitar o desenvolvimento do diabetes, especialmente o do tipo 2, é fundamental levar em consideração os fatores de risco para a doença. “Quando se conhecem esses fatores, fica mais fácil prevenir a doença. Entre eles estaria a própria idade, ou seja, acima dos 45 anos, obesidade, sedentarismo, hipertensão, predisposição ao aumento do triglicérides. São os fatores mais importantes, mas mulheres que já tiveram diabetes gestacional ou filhos com mais de quatro quilos e histórico familiar de diabetes, especialmente em primeiro grau, como pai, mãe e irmãos, também devem levá-los em consideração”, informa.

A especialista ressalta que a ingestão diária de refrigerante e a maior propensão a uma alimentação desequilibrada e pouco saudável são preocupantes. “Isso vai propiciar a obesidade. Além disso, são pessoas com tendência ao sedentarismo. E tudo isso é fator de risco para o desenvolvimento do diabetes”, ressalta.

Por isso, Adriana Mendes alerta sobre os cuidados que as pessoas devem ter com a alimentação para prevenir o diabetes. “Além do controle da alimentação e da prática de alguma atividade física, sugerimos evitar alimentos ricos em gordura de origem animal, especialmente a gordura saturada, dando preferência a alimentos com gordura vegetal. Estimulamos, ainda, a alimentação rica em fibras, pois com isso a pessoa diminui a ingestão daqueles carboidratos simples, que estão nos refrigerantes, nos doces. Dê preferência aos alimentos integrais, frutas, verduras e a qualquer tipo de hortaliça. O ideal é evitar frituras e a ingestão abusiva de álcool, além do tabagismo”, completa. (TM)