CUIDADOS

O que é a Síndrome do Olho Seco? Conheça a condição que tem relação com uso excessivo de telas

Campanha Julho Turquesa busca conscientizar, incentivar a prevenção, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado da doença ocular

Nubya Oliveira/O Tempo
Publicado em 22/07/2025 às 14:24
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Olhos vermelhos, lacrimejamento, ardência, secura, sensação de areia nos olhos e visão borrada no final do dia são sintomas que podem indicar a Síndrome do Olho Seco, uma das doenças oculares mais comuns. A Campanha Julho Turquesa, realizada ao longo deste mês, busca aumentar a conscientização sobre a condição, incentivando a prevenção, o diagnóstico precoce e o tratamento adequado.

Conforme o oftalmologista José Alvaro Pereira Gomes, a baixa umidade do ar no inverno é um fator agravante, mas a exposição excessiva e contínua às telas (smartphones, tablets, computadores) também tem sido cada vez mais associada ao problema. “Um indivíduo pisca em torno de 20 vezes por minuto, mas quando está diante das telas, esse número cai para seis vezes por minuto. O filme lacrimal – lágrima – é responsável por manter os olhos lubrificados e serve de barreira contra infecções. Ao piscar menos, esse protetor natural evapora de forma rápida”, destaca o especialista, que também é fundador da Associação dos Portadores de Olho Seco (APOS).

Conforme Myrna Serapião, especialista em doenças da superfície ocular do Hospital dos Olhos e diretora médica da Rede Vision One, cerca de 20 milhões de brasileiros já foram diagnosticados com a doença. “Quando não tratada corretamente, a Síndrome do Olho Seco pode evoluir com dano acentuado à superfície do olho e, em alguns casos, comprometer a visão”, alerta.

A doença pode ter origem em duas formas principais: disfunção na produção ou na qualidade do filme lacrimal e excesso de evaporação da lágrima. “É uma das mais comuns doenças oculares, atingindo mais as mulheres, três para cada homem, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Essa proporção acontece por fatores hormonais ao longo da vida, que causam redução da produção da lágrima”, explica Myrna.

Entre os fatores de risco estão traumas como queimaduras químicas, uso de determinados medicamentos, idade avançada, menopausa, doenças reumatológicas, lentes de contato, baixa umidade, poluição, uso de ar-condicionado e disfunção meibomiana — quando a oleosidade produzida pelos olhos é insuficiente.

Campanha Julho Turquesa 

A campanha Julho Turquesa no Brasil é fruto de uma parceria entre a APOS e a Tear Film Ocular Surface Society (TFOS). “A iniciativa tem o objetivo de esclarecer e alertar a população para o diagnóstico da doença e os tratamentos disponíveis. Da mesma forma, busca informar sobre os fatores de risco, que não se resumem à expansão do uso de computadores, celulares e tablets”, reforça José Alvaro.

O tratamento pode incluir lágrimas artificiais, medicamentos sistêmicos, luz pulsada, lentes de contato esclerais e, em casos mais graves, procedimentos cirúrgicos como tarsorrafia e transplantes de conjuntiva, mucosa labial ou até glândulas salivares. “Vale frisar que o tratamento é individualizado e definido de acordo com os fatores que desencadeiam o olho seco no paciente, considerando risco/benefício e custo”, enfatiza o especialista.

Veja algumas medidas preventivas importantes:

  • ao utilizar telas, faça pausas a cada 20 minutos para descansar os olhos;
  • após atividades visuais intensas, procure piscar regularmente para lubrificar os olhos;
  • beba água regularmente para manter o corpo e os olhos hidratados;
  • nos dias mais secos, ligue o umidificador ou use recipientes com água para aumentar a umidade do ambiente;
  • evite ambientes com ar-condicionado, pois o ar seco acelera a evaporação da lágrima.


Fonte: O Tempo

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