SAÚDE

Obesidade favorece o desenvolvimento de doenças do fígado

A esteatose hepática é um problema que vem aumentando nos últimos anos e atinge 20% da população brasileira, inclusive as crianças

Publicado em 25/06/2012 às 10:51Atualizado em 19/12/2022 às 18:52
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Estimativas da Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH) revelam que cerca de 20% da população brasileira possui excesso de gordura no fígado. Porcentagem considerada alta em comparação a outras doenças comuns, como diabetes, que afeta 12% da população no País. Se não tratado adequadamente, o problema, conhecido como esteatose hepática, é hoje uma das principais causas de cirrose e consequente aumento da necessidade de transplantes do órgão.

Segundo a especialista da área de Gastroenterologia do Ambulatório Central Maria da Glória, no Hospital de Clínicas da UFTM, Geisa Perez Medina Gomide, a disfunção é consequência do aumento do estoque de gordura no corpo e, como o excesso de peso tornou-se um problema comum na sociedade atual, são muitos os casos atendidos no Ambulatório. “Se uma pessoa está depositando gordura no fígado, na maioria das vezes está depositando gordura no corpo inteiro, ou seja, está engordando. Se está engordando, vai sobrar gordura em alguns órgãos e um deles é o fígado. E os pacientes são tantos que está difícil encaminhamento para a especialidade de endocrinologia”, revela a médica, acrescentando que alguns pacientes estão sendo encaminhados para ambulatórios municipais.

Geisa Perez alerta que são várias as causas da esteatose, sendo a mais comum o ganho de peso abdominal, que costuma fazer parte de um problema maior, a síndrome metabólica. Muito comum nas especialidades de Endocrinologia e Cardiologia, o paciente apresenta diabetes, colesterol ou triglicérides altos e aumento da pressão arterial. “Existem outras causas menos comuns, como um dos tipos de hepatite C, alguns medicamentos e intoxicação por produtos químicos, como derivados do petróleo. Mas o comum aqui no ambulatório e em todo o país é o ganho de peso”, explica.

A médica destaca, ainda, que das pessoas que têm a disfunção, aproximadamente 30% evoluem para cirrose, mesmo sem nunca ter ingerido bebida alcoólica. “Estes que adoecem vão desenvolver a esteato-hepatite (inflamação das células por causa da gordura), que pode evoluir para a cirrose ou até câncer de fígado”, alerta.

A especialista considera que a gordura localizada significa que outros órgãos também estão afetados. “Se a pessoa tem hipertensão, diabetes, colesterol ou triglicérides altos, é maior o risco de infarto e derrame, sem dizer que o diabetes, por si só, é doença com complicações importantes no decorrer da vida. Então, ela procura um gastro, preocupada com o fígado, e se esquece que a doença não é de um órgão só, mas do corpo inteiro. Às vezes, está preocupada com o fígado e morre jovem, infartada”. Segundo Geisa, o problema vem aumentando nos últimos anos e atinge até crianças, sendo que nelas a doença é mais séria que no adulto, podendo também evoluir para cirrose.

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