Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), uma em cada 12 pessoas no mundo sofre com problemas relacionados à obesidade, como doenças cardíacas ou câncer. Este quadro é agravado pelo alto consumo de gordura, sal e açúcar, associado ao sedentarismo. E a obesidade é hoje um dos principais problemas crônicos no mundo. Atualmente, 40% da população brasileira está com excesso de peso ou sofre de obesidade.
A endocrinologista pediátrica Márcia Regina Bedin destaca que a incidência é alta e preocupante. Dados divulgados pelo IBGE no ano de 2010 mostram que o peso dos brasileiros vem aumentando nos últimos anos. Em 2009, uma em cada três crianças de 5 a 9 anos estavam mais de 30% acima do peso recomendado pela
Organização Mundial de Saúde (OMS). “Entre jovens de 10 a 19 anos de idade, o índice de excesso de peso aumentou seis vezes entre os meninos e três vezes entre as meninas. O fato é que a obesidade infantil tornou-se, na última década, um problema de saúde pública. E Uberaba também segue essa tendência”, frisa.
Márcia Bedin destaca que consultas periódicas com o pediatra vão favorecer o diagnóstico precoce do excesso de peso, a fim de evitar que a criança desenvolva baixa autoestima, distúrbios ligados à imagem corporal e até mesmo ansiedade e depressão. “Além disso, a obesidade traz outras complicações, como as que verificamos entre os adultos. Como exemplos encontramos o excesso de colesterol, a predisposição à diabetes tipo 2 ou a hipertensão arterial ainda na adolescência, problemas pulmonares, articulares e na pele, e até depósito de gordura no fígado, bem como complicações cardiovasculares”, afirma.
A especialista esclarece que a principal causa da obesidade é a má alimentação, seguida pelo sedentarismo. “Os hábitos alimentares são consequência dos estímulos recebidos na infância. Os pais devem ser os maiores incentivadores dos filhos para a ingestão de alimentos ricos em vitaminas, como frutas, legumes e verduras”, afirma. Ela explica que dietas muito restritivas são desaconselháveis para crianças, pois a falta de algum nutriente pode não ser benéfica. “Por isso, a alimentação saudável sempre deve ser orientada por profissional capacitado. Mesmo que outra pessoa da família não tenha obesidade, a criança nunca será prejudicada por ter uma alimentação saudável. O apoio emocional dos pais é fundamental para mudar os hábitos alimentares da criança, afinal, são hábitos recentes que precisam ser deixados de lado. A criança precisa de exemplos”, completa Márcia Regina Bedin. A médica ressalta que o papel dos pais é ajudar no que for necessário e que não é aconselhável transferir à criança ou ao adolescente a responsabilidade sobre as decisões a serem tomadas.