Segundo o psicólogo Breno Rosostolato, obsessão é uma alteração no pensamento que cria impulsos, imagens, cenas e dúvidas
Hipocondríacos estocam medicamentos para se sentirem seguros e pesquisam remédios para sua doença
A hipocondria é um distúrbio psiquiátrico caracterizado pela hipervalorização de sintomas absolutamente normais, fazendo o indivíduo acreditar que é portador de uma doença grave, muitas vezes “ainda não diagnosticada”. Geralmente, os pacientes têm um medo irracional da morte, observam qualquer mudança e alterações no próprio corpo e devido a isso vivem na iminência de estarem doentes. A doença está associada ao Transtorno Obsessivo Compulsivo (TOC), à depressão ou à ansiedade.
De acordo com o psicólogo Breno Rosostolato, a obsessão é uma alteração no pensamento que cria impulsos, imagens, cenas e dúvidas que invadem a consciência. “São ideias impulsivas experimentadas como inapropriadas, que se manifestam de forma involuntária, repetitiva, persistente e absurda. Estes seriam os pensamentos que o hipocondríaco sustenta sua convicção de que está doente. A pessoa, na tentativa de evitá-las ou ignorá-las, passa a ter comportamentos ritualísticos a fim de neutralizar a ansiedade causada por estas ideias, que dão origem a compulsão. Atos repetitivos, como verificar se fechou a porta da casa quatro vezes, ou atos mentais, como rezar, contar e repetir frases são típicos de pessoas compulsivas e comportamentos que atenuam a angústia”, explica.
O especialista alerta que é comum o hipocondríaco se automedicar e buscar remédios para curar a suposta doença. “Em alguns casos, estocam medicamentos em casa para se sentirem seguros e pesquisam remédios para sua doença. A hipocondria afeta pessoas carentes, com baixa autoestima e que sentem necessidade de atrair atenção”, esclarece. Breno ressalta que os sintomas mais temidos são dor no peito, o que poderia levar a um processo de infarto; sede crônica, muitas vezes associada a diabetes; perdas ocasionais de memória e vir a sofrer do mal de Alzheimer; dificuldade de respirar, relacionada pelo hipocondríaco a doenças cardiovasculares; dores crônicas de cabeça; e tosses constantes, que são associadas à presença de tumores, meningite, tuberculose ou câncer.
Segundo o psicólogo, o tratamento para hipocondria é a psicoterapia para a conscientização e a aceitação do paciente de que precisa de ajuda. Depois é preciso buscar as raízes da hipocondria, que são situações da vida do indivíduo ainda mal resolvidas.