No caso de leucemias, o Inca informa que a criança ou o adolescente pode se tornar suscetível a infecções, pode apresentar palidez, ter sangramentos e sentir dores ósseas
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Hoje, apenas 3% dos casos de câncer atingem crianças, mas o diagnóstico precoce aumenta a chance de cura
De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), estima-se que em torno de 70% das crianças acometidas por câncer podem ser curadas, se diagnosticadas precocemente e tratadas em centros especializados. Além disso, a maioria dessas crianças terá boa qualidade de vida após o tratamento adequado.
Conforme a oncologista pediátrica Lied Pereira, atualmente 3% dos casos de câncer no mundo atingem crianças, mas ela alerta que embora o câncer infantil tenha incidência muito menor em comparação ao desenvolvido em adultos é importante estar atento para a possibilidade da ocorrência. “Eles têm uma importância significativa principalmente pelo prognóstico, em razão do tempo de sobrevida do paciente e as condições que existem para aumentar essa sobrevida. No Brasil, a estimativa que se tem por volta de 10 mil novos casos por ano de crianças e adolescentes, de zero a 19 anos, com câncer”, afirma.
A especialista explica que entre todos os tipos de tumores, o mais comum é a leucemia, seguida dos tumores do sistema nervoso central. “Dos sintomas do câncer muitas vezes se confunde com os sinais de outras doenças não malignas, porque são sinais não específicos. Mas existem situações que chamam a atenção e devem ser notadas pelos pais e cuidadores, para que procurem o médico e possa investigar para ter certeza se não é um câncer. Por exemplo, manchas rochas na pele, febre que não passa, aumento do volume da barriga e nódulos em qualquer lugar do corpo, devem ser investigados”, reforça a médica.
No caso de leucemias, o Inca informa ainda que a criança pode se tornar suscetível a infecções, ficar pálida, ter sangramentos e sentir dores ósseas. No retinoblastoma, um sinal importante de manifestação é o chamado “reflexo do olho do gato”, que é o embranquecimento da pupila quando exposta à luz. Pode se apresentar, também, através de fotofobia ou estrabismo. Geralmente acomete crianças antes dos três anos de idade. Tumores de sistema nervoso central têm como sintomas dor de cabeça, vômitos, alterações motoras, de comportamento e paralisia de nervos.
Lied Pereira esclarece ainda que o tratamento é semelhante ao realizado em adultos. Segundo ela, normalmente, a criança é tratada com quimioterapia, cirurgia e/ou radioterapia, a diferença está no tipo da doença. “O tratamento é diferenciado porque é uma fase da vida em que o paciente está em fase de crescimento, em desenvolvimento e, muitas vezes, dependendo do tratamento, podemos trazer sérias consequên-cias para o desenvolvimento dos órgãos dessa criança”, completa a oncologista.