Atualmente, as cardiopatias congênitas representam cerca de 10% dos óbitos infantis e cerca de 20 a 40% dos óbitos decorrentes de malformações
Atualmente, as cardiopatias congênitas representam cerca de 10% dos óbitos infantis e cerca de 20 a 40% dos óbitos decorrentes de malformações. Melhorar o diagnóstico dessas cardiopatias poderá reduzir a taxa de mortalidade neonatal em todo o Brasil.
De acordo com a pediatra e neonatologista Valquíria Cardoso Alves, o método ideal para o diagnóstico de cardiopatia congênita é o ecocardiograma, seja fetal ou pós-natal, porém a sua utilização como ferramenta de triagem é inviável. “Seriam necessários equipamento muito mais caro e profissionais especializados em ecocardiografia pediátrica. No grupo das cardiopatias congênitas críticas ocorre uma mistura de sangue entre as circulações sistêmica e pulmonar, o que acarreta uma redução da saturação periférica de O². Neste sentindo, a aferição da oximetria de pulso de forma rotineira em recém-nascidos aparentemente saudáveis é um exame muito bom para triagem neonatal”, reforça.
A médica destaca, ainda, que a oximetria não substitui outros exames, como o ecocardiograma fetal, realizado entre 20 e 24 semanas, com atenção para problemas cardíacos, nem o exame clínico detalhado realizado pelo pediatra. “Assim como não substitui o ecocardiograma do bebê após o nascimento nos casos indicados. O teste do coraçãozinho é realizado pelo pediatra com o aparelho oxímetro, para medir a oxigenação do sangue na mão e no pé do bebê. O teste da oximetria consiste em realizar a aferição da oximetria de pulso em todo recém-nascido aparentemente saudável, com idade gestacional acima de 34 semanas, antes da alta da Unidade Neonatal”, esclarece Valquíria Cardoso Alves.
Para isso, a aferição deve ser feira no membro superior direito e em um dos membros inferiores, devendo ocorrer entre 24 e 48 horas de vida e antes da alta hospitalar. “Trata-se de resultado normal quando a saturação periférica é maior ou igual a 95% em ambas as medidas, tanto no membro superior direito quanto no membro inferior, e a diferença menor que 3% entre as medidas do membro superior direito e membro inferior”, completa.