Pediatra esclarece antigos mitos transmitidos de pais para filhos

Prego enferrujado não aumenta risco de tétano, o problema é a perfuração por objeto

infectado, cujo tratamento é a vacina

Quem é que nunca ouviu as seguintes frases: “pisou em um prego enferrujado, vai pegar tétano”, “se você estalar os dedos, vai ficar com artrite” ou “não engula o chiclete, pois ele ficará no seu estômago durante sete anos”? Muitos desses ensinamentos transmitidos de pais para filhos são tema de um livro publicado em dezembro de 2012 nos Estados Unidos e promete modificar as informações que adultos passam para os descendentes a partir de agora.

A pediatra social Cátia Fonseca comenta que o tema é interessante, pois os mitos são crenças passadas, muitas vezes, sem fundamentação científica e verdadeira. “No mundo atual, com o acesso que temos a todas as informações e também com o avanço da Ciência, algumas coisas que eram ensinadas e tidas como verdadeiras, na realidade não o são mais, porque as pessoas estudaram e verificaram que aquilo não acontece”, afirma.

A especialista destaca que é interessante discutir esse tema para que as pessoas realmente se atentem ao fato de que há coisas que eram ditas como sendo verdadeiras antigamente, passadas de geração em geração, mas que, com os avanços tecnológicos, e mesmo com a difusão da Ciência, hoje em dia o pai e a mãe já explicam que não são assim. “Já em relação a ler no escuro, o que os estudos mostram é que realmente a pessoa acaba forçando a vista. Se ela tem propensão a ter um tipo de doença, como miopia, por exemplo, a pessoa acaba

desenvolvendo essa doença em uma idade mais precoce. Esse ensinamento ‘ler no escuro prejudica a visão’ é verdadeiro”, explica a médica.

Com relação a engolir o chiclete, que todos nós já ouvimos de nossos pais, a pediatra afirma que há um pouco de verdade e um pouco de mito. “O que realmente os pais querem dizer é que engolir chiclete faz mal, pois vai trazer consequências ao estômago, ele pode trazer um aumento de secreção, acidez, dor e gastrite. Mas o chiclete não vai ficar sete anos grudado na parede do estômago. Então, a mensagem está correta, não engula o chiclete, somente a forma como era explicado é que estava errado”, revela.

Outro ensinamento refletido pela pediatra é a questão de assoprar o machucado, Cátia Fonseca lembra que realmente ele não melhora, embora seja uma forma de carinho com a criança. “O carinho com a criança na hora que ela machuca faz com que ela se acalme, diminuindo a sua dor, porém não sabemos que micro-organismos temos na boca. Corremos o risco de contaminar ainda mais aquele machucado”, completa.