Foto/ AFP/Jack Guez
Ainda sem data para começar em Uberaba, a vacinação de crianças e adolescentes contra a covid-19 foi aprovada pelo Ministério da Saúde, em julho, e já se tornou realidade em diversas cidades do país. O intuito é favorecer a prevenção contra a doença e evitar novas ondas severas de transmissão elevada. De acordo com a pediatra Rafaela Dutra, a imunização do grupo abaixo de 18 anos vem cumprir importante papel de contenção ao coronavírus, podendo se estender até a bebês e recém-nascidos.
A pediatra afirma que, apesar da visível baixa transmissibilidade em crianças, a covid-19 pode agravar quadros de adolescentes com algum tipo de patologia, além de colocar em risco outros atores das atividades cotidianas, como pais e professores. “Como a criança tem menos sintomas e sinais, pode ter uma carga viral menor e transmitir menos. Essa é a base dos estudos”, explica.
Para evitar essa situação, é preciso parametrizar toda a vacinação no país, e ficar de olho no balanço de benefícios e malefícios da aplicação em pessoas com menos de 18 anos.
“O objetivo principal é a gente uniformizar a cobertura vacinal. São Paulo começa hoje [a vacinação] com adolescentes a partir de 12 anos que têm comorbidades. Nós sabemos, com estudos, que aquelas crianças e adolescentes que têm obesidade, diabetes, asma, problemas pulmonares crônicos, fibroses, cardiopatias, são mais expostas, e o grande objetivo é evitar a internação desse grupo infantil”, declara Rafaela.
E a vacinação não deve se restringir apenas àqueles com mais de 12 anos. Segundo a pediatra, é possível que as doses contra a doença sejam aplicadas em bebês, dependendo dos estudos que já estão em andamento.
“Grande parte dos estudos ainda estão fora do país. Estudos em populações como EUA e Europa, confirmam que, entre todas as faixas, aquelas que mais internam têm sido do grupos de lactentes. Isso segundo dados da Santa Casa de São Paulo, e do diretor de infectologia infantil da Sociedade Brasileira de Pediatria. Quanto mais pessoas nós conseguirmos imunizar, menos o risco de formas graves, inclusive da variante delta, e superlotação de hospitais”, avalia a médica.
Desta forma, o retorno ao “normal”, sem muitas restrições de distanciamento social, estaria previsto para o começo do ano que vem. Contudo, essa perspectiva otimista depende diretamente da porcentagem de imunização da população. A pediatra afirma que a única segurança é com mais de 90% dos cidadãos devidamente vacinados.