A palavra “não” para a criança soa como uma perda ou derrota, fazendo com que ela se sinta frustrada. A criança que não foi educada para aceitar a frustração tende a reagir com gritos
Quem nunca presenciou a cena de uma criança no shopping ou supermercado jogando-se ao chão, berrando, porque queria algo que os pais se negavam a lhe dar? E para piorar, no final da história, a criança acabou conseguindo o que queria, cena típica de uma criança mimada. A palavra “não” para a criança soa como uma perda ou derrota, fazendo com que ela se sinta frustrada. A criança que não foi educada para aceitar a frustração tende a reagir com gritos para conseguir o que quer.
Segundo o pediatra Adiron Ribeiro Neto, se perguntarmos aos pais se eles gostariam de ter filhos com esse tipo de comportamento, é óbvio que eles vão responder que não, mas algumas atitudes tomadas pelos pais sem que percebam estimulam a criança a se tornar uma típica criança mimada. “Desde bebê os pais devem colocar limites para que a criança perceba até onde ela pode chegar. Nos primeiros meses que o bebê está em casa, ele tem necessidades básicas de sobrevivência que os pais precisam oferecer. Se ele chorar, é necessário dar leite, trocar, ninar, entre outras coisas, mas chega uma fase que a criança já começa a entender e a interagir e é nesse momento que os pais devem começar a impor regras, mostrar os limites”, explica.
O especialista destaca que o bebê ainda não fala, mas demonstra sua “raiva” através de gestos, como puxar o cabelo da mamãe, dar tapa no rosto do papai ou bater no animal de estimação. Por isso, é muito importante que os pais comecem a identificar os sinais para evitar desgaste futuramente. “Alguns pais acham que a criança não faz por mal e que ela não entende o que está fazendo. Por isso, deixa para lá e não a corrige. É nesse momento que os pais devem olhar nos olhos da criança, fazê-la prestar atenção e dizer que isso não se faz e que essa atitude é muito errada”, alerta.
O médico recomenda que não será na primeira vez que a criança aprenderá para nunca mais repetir. “O ideal é que todas as vezes que isso acontecer, os pais deverão agir da mesma forma, até chegar o momento em que a criança saberá que não deve tomar mais aquela atitude. Ela vai entender que existe um limite e que, se não obedecer, terá consequências, como em tudo na vida”, completa o pediatra.