Sociedade Brasileira de Pediatria iniciou campanha contra o uso de andadores para bebês. A entidade diz que há pelo menos um caso de traumatismo para cada duas a três crianças que utilizam o andador e que em um terço desses casos as lesões são graves. Pediatras explicam que bebês que usam o equipamento levam mais tempo para ficar de pé e para caminhar sem apoio, engatinham menos e têm resultados inferiores em testes de desenvolvimento.
O exercício físico também é prejudicado pelo uso do andador, pois, embora ele dê mais mobilidade e velocidade, a criança precisa gastar menos energia com ele do que tentando alcançar o que lhe interessa sem ajuda. Um dos principais fatores de risco para traumas em crianças, de acordo com a Sociedade de Pediatria, é dar a ela mais independência do que sua idade permite. Tendo essa liberdade, a criança pode ter acesso a objetos e locais que podem provocar queimaduras, intoxicações e afogamentos.
A entidade se reuniu com o Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro) para que os dois órgãos possam discutir a segurança do andador e as providências possíveis. Segundo o pediatra Geraldo Henrique Soares, que já atendeu muitas crianças que sofreram acidente envolvendo andadores, o equipamento mais provoca acidentes do que ajuda no
desenvolvimento infantil. Para ele, o estímulo vindo dos pais e o respeito às fases de crescimento é que favorecem o desenvolvimento da criança.
Muitas vezes, a criança ainda não tem condições de suportar nem o próprio peso e, usando andador, ela não terá condições de manter a posição ereta quando surgir algum obstáculo. Além disso, a criança muito pequena pode ter lesões nas articulações e na musculatura pelo uso de andador.