Uma megapesquisa em cinco países do continente irá acompanhar de 2.500 a 3.000 mulheres com câncer de mama. O projeto está em fase final de aprovação. O objetivo é verificar se há padrões de alterações gênicas ligadas ao desenvolvimento da doença na América Latina e, com base nisso, avaliar como cada um desses perfis responde ao tratamento disponível atualmente.
Participarão do estudo brasileiras, argentinas, chilenas, mexicanas e uruguaias com câncer “localmente avançado”, quer dizer: com um tumor que já se espalhou pela mama, mas ainda não atingiu outros órgãos e tecidos. Segundo a coordenadora de pesquisa do Inca (Instituto Nacional de Câncer), Marisa Breitenbach, a maioria dos diagnósticos no Brasil ocorre nesse estágio.
Além do Inca, conduzirão a pesquisa no país o Hospital AC Camargo, o Instituto do Câncer de São Paulo Octavio Frias de Oliveira e o Hospital de Barretos. Juntos, eles devem recrutar 200 voluntárias por ano, em três anos. A conclusão da pesquisa deve ocorrer em cinco anos.
As pacientes serão submetidas ao tratamento padrão para esses casos de câncer, com quimioterapia e cirurgia para a retirada do tumor. Mas, diferentemente do que normalmente ocorre, o tumor terá seu perfil genético investigado - o objetivo é identificar quais mutações em genes estão na origem de cada caso da doença.
Hoje, alguns exames já identificam diferentes subtipos de câncer de mama.
Algumas células malignas mantêm os receptores de estrogênio característicos das células sadias. Nesses casos, o tratamento inclui a administração de um bloqueador desse hormônio, que, de outra forma, estimularia o crescimento do tumor, exemplifica a pesquisadora.