Segundo o Instituto Nacional de Câncer, o câncer de próstata está entre as causas mais frequentes de mortes entre a população masculina
Segundo o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer de próstata está entre as causas mais frequentes de mortes entre a população masculina.
O crescimento de óbitos por esse tipo de câncer cresceu nada menos que 120%, entre 1979 e 2006, segundo o instituto. Por isso, a mestranda Izabel Cristina Soares buscou conhecer como tem sido a qualidade de vida de homens com a doença. Para entender a situação, a pesquisadora bolsista do Programa de
Pós-Graduação em Atenção à Saúde da UFTM, orientada pela professora Elizabeth Barrichelo, avaliou dados coletados junto a 50 portadores de câncer de próstata que realizam tratamento no Hospital Dr. Hélio Angotti, em Uberaba.
Deste total, 35 indivíduos, cerca de 70% dos analisados, apresentavam idade entre 60 e 79 anos, sendo que 92% deles tinham histórico atual ou pregresso de tratamento radioterápico e 72% realizavam hormonioterapia com goserrelina, que extingue a produção de testosterona. Além disso, 40% dos participantes pesquisados apresentavam metástase, formação de novo tumor a partir do primeiro, sem continuidade entre ambas.
Por meio de entrevistas com perguntas fechadas e questões em que o paciente podia avaliar em gradações aspectos de sua saúde e qualidade de vida, a pós-graduanda buscou reunir dados no sentido de revelar características que possam auxiliar na assistência em enfermagem voltada para homens submetidos a tratamento para câncer de próstata.
Os resultados demonstram que 78% dos pacientes envolvidos no estudo relataram fadiga leve; 94% não mencionaram episódios de depressão, enquanto 2% se declararam vitimados por mal-estar e ansiedade e 4% apresentaram sinais de depressão. “No que tange à qualidade de vida dos pacientes, observamos que o aspecto em que os pacientes se sentem menos afetados é no domínio social, sendo a função física o aspecto mais afetado. A fadiga é o sintoma que mais incomoda, tendo sido relatada baixa ocorrência de outros sintomas, como diarreia, náuseas e vômitos”, avalia
Izabel Soares.
Acredita-se que o que leva tantos homens portadores de câncer de próstata à morte é a demora no diagnóstico. “O uso dos instrumentos, como dados sociais e clínicos do paciente, índice de qualidade do sono, entre outros, mostrou-se útil na investigação de fadiga, depressão e distúrbios do sono que alteram a qualidade de vida relacionada à saúde, e a utilização dos mesmos na prática clínica pode propiciar benefícios para o tratamento dos homens com essa neoplasia”, completa
a pesquisadora.