Pesquisa sugere avaliar eficiência do teste de PSA

Estudo realizado por pesquisadores europeus em 2009 descobriu que um a cada oito homens submetidos ao teste para câncer da próstata apresenta resultado positivo quando na verdade não sofrem da doença. O falso resultado leva a procedimentos invasivos, como biópsias, e muitas vezes a tratamentos desnecessários.   O teste usado é o Antígeno Prostático Específico ou PSA, que mede a presença do antígeno, uma proteína secretada pela próstata, que, em alta concentração no organismo, sugere a existência de câncer de próstata. Em contrapartida, a pesquisa sugere que pacientes e médicos discutam a eficiência do teste.   Ainda existe uma resistência cultural em torno da presença do homem nos consultórios médicos, o que dificulta a realização periódica dos exames preventivos e o acompanhamento da saúde do homem. Para o urologista Alysson Roberto B. Junqueira Morais, esta é uma realidade que vem diminuindo consideravelmente, mas ainda é evidente. “O exame de próstata melhorou muito. Temos muitos diagnósticos precoces de doenças em adultos jovens sendo revelados por aí, o que tem levado a uma mudança no comportamento dos homens quanto à importância do exame. E acredito que só aumentou o diagnóstico porque houve uma procura nos consultórios”, revela o especialista.   Medo de impotência afasta 10% dos homens de operação de próstata e, por isso, um dos principais desafios de especialistas é esclarecer os mitos que envolvem a saúde masculina. O estudo mostrou, ainda, que o número de mortes provocadas pela doença em todo o mundo poderia ser reduzido em 20% se o homem se preocupasse mais com a saúde.   Segundo o urologista, é preciso que as pessoas entendam que a saúde do homem não se restringe em cuidar da próstata ou do órgão masculino em si. “É importante saber que o que mais vem afetando a saúde do homem atualmente é a obesidade, o diabetes, o colesterol alto, problemas metabólicos causados principalmente pelo sedentarismo e uma alimentação inadequada, levando a acidentes vasculares cerebrais (AVC), isquemias e infarto do miocárdio em homens ainda jovens”, destaca Morais.   Por outro lado, o estudo europeu também revelou que os testes PSA podem salvar vidas, pois 48 homens precisam ser tratados para que uma vida seja salva. Por isso, o especialista chama a atenção dos homens com idades acima dos 40 e 50 anos para que conversem com seus médicos sobre os prós e contras do teste PSA e façam o acompanhamento periódico.