Estudo da Organização Mundial da Saúde aponta que o consumo de álcool no Brasil é superior à média mundial. Entre os 194 países pesquisados o uso médio de álcool por pessoa acima de 15 anos é de 6,2 litros por ano. Já entre os brasileiros a média é maior e atinge 8,7 litros por pessoa anualmente. O levantamento alerta que, em 2012, em torno de 3,3 milhões de mortes no mundo foram causadas pelo consumo excessivo de álcool e os casos de abuso com bebidas alcoólicas são mais preocupantes.
De acordo com a psiquiatra Florence Corrêa, no mundo os excessos etílicos alcançam 7,5% da população e entre os brasileiros a taxa chega a 12,5%. “Se analisarmos o fato de que metade da população é abstêmia, significa que aqueles que bebem estão bebendo muito, dentro de um padrão considerado perigoso, porque boa parte dessas pessoas que bebem chega ao estado de embriaguez. Muitas delas não são de beber todo dia, mas, cada vez que bebem, bebem demais. E esse é um padrão de uso de bebida que mata mais do que dependente de álcool, por acidentes, traumatismos, afogamentos, brigas, homicídios e coisas desse tipo”, alerta.
Quanto ao controle do consumo exagerado de bebidas alcoólicas, a especialista destaca que a legislação brasileira é muito boa, mas o problema é que ela não é cumprida, pois não há pessoal suficiente para vigiar e fazer cumprir. “Particularmente, estou muito preocupada para o comportamento de dirigir embriagado, pois a pessoa põe em risco a vida do outro, embora a lei que proíbe ao motorista a ingestão de bebida alcoólica tenha reduzido o consumo de álcool”, frisa.
Por isso, Florence Corrêa chama a atenção para a importância da moderação. “O alcoolismo atinge muitas pessoas, mas ainda é uma parcela pequena da população perto do número de pessoas que bebem nesse padrão de ficar embriagado e acreditam que isso não tem problema nenhum e não causa nada. A moderação é realmente importante”, completa.