Em 1989, em torno de 43% dos homens e 27% das mulheres fumavam. Em 2008, esse número caiu para, aproximadamente, 23% e 14%, e quase metade dessa redução resultou diretamente do aumento das taxas sobre os produtos derivados do tabaco, mas também foi influenciada em menor grau pelas leis de restrição do cigarro em ambientes fechados, da publicidade desse tipo de produto, aos programas de tratamento contra o tabagismo, às advertências nas embalagens e, por último, às campanhas na mídia.
Em 2013, o Ministério da Saúde anunciou investimentos da ordem de R$ 12 milhões para ampliar o tratamento contra o tabagismo. O recurso visa a permitir que até 30 mil unidades de saúde passem a oferecer tratamento contra o vício, com apoio psicológico, medicamentos, atendimentos educativos e terapêuticos.
Segundo a pneumologista Erci Mara Ramos, existem cerca de três mil unidades de saúde capacitadas para oferecer o sistema de tratamento com terapia medicamentosa e cognitivo-comportamental e que atendem pelo SUS. “O que chamamos de tratamento adequado, inclusive, foi instituído pelo Instituto Nacional do Câncer (Inca) e prevê o tratamento medicamentoso associado à terapia cognitivo-comportamental. Isso aumenta em três vezes a possibilidade de o indivíduo parar de fumar. Sem nenhuma intervenção, o indivíduo tem 6% de chance de parar de fumar. Com uma intervenção medicamentosa, ela sobe para 13%, e com a associação da terapia comportamental através de terapias em grupo, isso vai para 30%”, ressalta a médica.
Para a especialista, tratando o tabagismo dessa forma, é possível prevenir inúmeras doenças e não é preciso pensar apenas naquelas gravíssimas, como câncer ou infarto. “Mas é possível prevenir doenças que diminuem a qualidade de vida e até o tempo de vida útil para o trabalho dos indivíduos, como, por exemplo, as doenças pulmonares, renais e do aparelho digestivo. Investir na prevenção e no tratamento do tabagista significa também uma enorme economia para o sistema de Saúde”, completa.