SAÚDE

Por que os seres humanos estão perdendo o equilíbrio e como fazer para recuperá-lo

Com o passar dos anos, a capacidade de nos manter em equilíbrio vai se deteriorando

Publicado em 31/12/2020 às 10:54Atualizado em 19/12/2022 às 05:24
Compartilhar

Depois dos acidentes de trânsito, as quedas são a segunda maior causa de morte acidental no mundo.

De acordo com um relatório da Organização Mundial da Saúde de 2018, cerca de 646 mil pessoas morrem a cada ano, enquanto 37,3 milhões de quedas são graves o suficiente para exigir cuidado médico.

O número não apenas é grande, mas dobrou nas últimas duas décadas, e a idade em que as quedas geralmente começam a ocorrer (normalmente em adultos com mais de 60 ou 65 anos) está diminuindo.

As estatísticas mostram que, em parte, os seres humanos estão perdendo a capacidade de se manter em equilíbrio, uma habilidade tão natural que raramente nos damos conta de todos os processos envolvidos.

Embora manter o corpo ereto e em equilíbrio seja algo natural para nós, é uma atividade que aciona vários processos físicos e cognitivos que se retroalimentam.

Segundo os especialistas, o grande problema é a mudança em nosso estilo de vida, que se tornou muito mais sedentário desde a infância e, com isso, as oportunidades de praticar foram reduzidas.

"Há duas gerações, a maioria das crianças ia andando para a escola, e não sentada em um carro. E hoje nas escolas se pratica muito menos atividade física", observa Dawn Skelton, professora do departamento de Fisioterapia e Paramedicina da Universidade Glasgow Caledonian, no Reino Unido.

A vida fora da escola segue padrões semelhantes, com atividades centradas principalmente em torno de uma tela.

"Se você ficar olhando para uma tela, sua visão será afetada. Olhar por muito tempo para algo que está perto de você, vai fazer com que você se torne míope, porque você não está usando os olhos para olhar mais longe, e a visão faz parte do mecanismo de equilíbrio."

"Se você não consegue ajustar rapidamente a visão de algo que está próximo para algo que está distante, seu equilíbrio será prejudicado."

Se os mecanismos que estão envolvidos nesta função não têm tempo de se desenvolver completamente quando somos jovens e na vida adulta fazemos trabalhos sedentários que não representam um desafio para o equilíbrio. Quando chegamos à velhice, a vulnerabilidade às quedas aparece mais rápido, argumenta a especialista.

"Minha preocupação não é apenas o equilíbrio, mas o que vai acontecer com os índices de fratura. Como não construímos densidade óssea suficiente, elas vão acontecer mais cedo também."

No fim das contas, ela conclui, se trata de um conceito muito simples: o que você não usa, você perde.

"Quando você deixa de usar seus músculos, eles desaparecem, e o mesmo acontece com a densidade óssea. Em uma semana, você pode perder até 1%, e pode demorar um ano para recuperá-la."

Felizmente, podemos tomar muitas providências para fortalecer nosso senso de equilíbrio.

Todo tipo de exercício ajuda, mas especialmente atividades ou esportes que se desenvolvam em movimento,  onde muitas coisas acontecem ao mesmo tempo e temos que virar a cabeça regularmente, e o cérebro precisa trabalhar intensamente para nos manter em equilíbrio.

Alguns exemplos sã dançar, esportes com raquete, futebol ou andar de bicicleta (não em um velódromo, mas em lugares onde tenhamos que estar atentos ao entorno).

Mas não precisam ser necessariamente atividades que exijam muita força ou grande destreza física. Caminhar é muito bom, sobretudo em superfícies irregulares, para que o sistema nervoso seja ativado para que a gente não caia.

No caso de pessoas idosas ou fragilizadas, exercícios simples como ficar apoiado em um pé só, fazer elevação na ponta dos pés ou caminhar para trás (com assistência e extremo cuidado) também ajudam a fortalecer o equilíbrio.

*Com informações BBC

Assuntos Relacionados
Compartilhar

Nossos Apps

Redes Sociais

Razão Social

Rio Grande Artes Gráficas Ltda

CNPJ: 17.771.076/0001-83

JM Online© Copyright 2025Todos os direitos reservados.
Distribuído por
Publicado no
Desenvolvido por