Quando instalada e não controlada adequadamente, a doença favorece o aumento de problemas cardiovasculares, como infarto e acidente vascular cerebral (AVC)
Como o próprio nome já diz, o pré-diabetes é a condição que precede o diabetes, mas, ao contrário da doença já instalada, a fase inicial pode ser reversível se forem adotados hábitos de vida mais saudáveis. A condição ocorre quando a taxa de açúcar no sangue varia de 100 a 125 mg/dl. A partir daí, a pessoa já é considerada diabética. Hoje, o pré-diabetes atinge 12% da população brasileira e o diabetes, 15%, em especial o tipo 2. Nos Estados Unidos, os dois estágios da doença já atingem 23% das crianças. Vale lembrar que o diabetes favorece o aumento de problemas cardiovasculares, como infarto e acidente vascular cerebral (AVC).
A origem do pré-diabetes, assim como a do diabetes tipo 2, é o ganho de peso ao longo da vida, principalmente o abdominal, segundo explica o endocrinologista Fabiano Zaidan Borges. “O tecido adiposo do abdome não é apenas um mero depósito de gordura, e sim um órgão capaz de secretar diversas substâncias inflamatórias que, em conjunto, levam à dificuldade de ação da insulina no organismo. É o que nós chamamos de resistência insulínica. Como a insulina é o hormônio responsável pela retirada da glicose, ou açúcar, do sangue em direção às células para ser aproveitado na forma de energia, a dificuldade de ação dela faz a glicose ficar ‘presa’ no sangue, gerando todos os transtornos da doença”, explica.
Zaidan ressalta que, na fase de pré-diabetes, é possível reverter o quadro através de mudanças de estilo de vida com o objetivo de perder pelo menos entre 5% e 10% do peso corporal inicial. “Existem, ainda, medicamentos que podem ser usados na prevenção do diabetes com ótimos resultados, a critério do médico que esteja avaliando o paciente”, completa o endocrinologista.
Para o especialista, a prevenção ainda é o melhor caminho para evitar os males do diabetes e deve ser feita principalmente por um conjunto de medidas ou de mudanças de estilo de vida. “Elas incluem melhora dos hábitos alimentares e aumento da atividade física. Em relação à alimentação, é recomendável a ingestão de fibras, gorduras do tipo mono e poli-insaturadas, como, por exemplo, azeite extravirgem, nozes, peixes e outros, e carboidratos de absorção lenta, como arroz e massas integrais. E, ainda, a redução da ingestão de açúcar e de gorduras saturadas e trans. Quanto à atividade física, desde que liberada sob o ponto vista cardiológico e ortopédico, deve-se realizar pelo menos 150 minutos de exercícios por semana. Ou seja, buscar a perda e o controle do peso corporal”, completa o médico.