Prevenção ao longo da vida reduz possibilidade de cegueira

A população ainda desconhece a necessidade de exames preventivos desde cedo, já que a criança desenvolve a visão até os cinco anos. Em 2004, o oftalmologista João Antônio Prata examinou mais de 1.700 crianças, com idade entre zero e cinco anos, de todas as creches municipais de Uberaba, através de um projeto da Faculdade de Medicina do Triângulo Mineiro, em parceria com a Prefeitura Municipal e o Rotary Club de Uberaba.

Apenas duas crianças já usavam óculos, enquanto outras 80 apresentavam algum problema de visão que também exigia a correção. Além disso, 131 crianças eram portadoras de problemas graves, como catarata, glaucoma, estrabismo, defeitos de vias lacrimais, entre outros, e também foram encaminhadas ao serviço de oftalmologia da faculdade.

O especialista alerta, ainda, que, em geral, a pessoa que perceber qualquer tipo de alteração nos olhos, como dores, problemas infecciosos, processos inflamatórios ou alergias, deve procurar um oftalmologista imediatamente. “Isto porque grande parte das doenças, quando tratadas no início, tem probabilidade de correção. Além disso, especialmente nas pessoas após os 40 anos, o exame preventivo para o glaucoma é da máxima importância. Lembramos que catarata, tracoma, além do glaucoma, são as principais causas de cegueira evitável no mundo. Quando diagnosticados e tratados precocemente, têm resultados melhores na maioria dos casos. Para as pessoas que têm algum problema visual, como miopia, astigmatismo, e utilizam óculos, é recomendável uma visita anual ao oftalmologista para a correção de grau das lentes. Após os 40 anos, todas as pessoas devem fazer uma consulta oftalmológica regularmente”, ressalta.

Nesta idade, é comum ter início a presbiopia ou visão cansada, sendo necessária a troca da correção óptica para perto, que permite uma visão confortável para o dia a dia. João Prata frisa que é fundamental realizar a adaptação ou correção de óculos ou lentes de contato com um oftalmologista. “As pessoas que usam lentes de contato, especialmente as gelatinosas, devem fazer revisões periódicas, levando em conta a validade específica de uso. Muitas vezes, por uma questão de economia, as pessoas acabam negligenciando esse cuidado e não procuram o oftalmologista, o que pode provocar problemas graves nos olhos”, alerta.