Prevenção é fundamental na batalha contra o câncer

Cada dia mais a terapia do câncer está individualizada, diz Délcio Scandiuzzi

Estudo do Instituto Nacional do Câncer (Inca) aponta que o câncer representa a segunda causa de morte no Brasil, atrás apenas das doenças do coração. Ao refletir sobre o tema, em razão do Dia Mundial de Luta Contra o Câncer, o presidente do Hospital Dr. Hélio Angotti, oncologista e mastologista Délcio Scandiuzzi, destaca a importância de instituições especializadas. “Cada dia mais a terapia do câncer está individualizada, cada um tem um resultado de mutações genéticas diferentes, ou seja, para o mesmo tipo de câncer os defeitos nas células de uma pessoa são diferentes dos de outra. Portanto, os tratamentos terão respostas diferentes. Além disso, o paciente precisa ser acompanhado pelo resto da vida, com avaliações, exames periódicos e orientações”, explica.

A cada ano, o câncer provoca cerca de 8 milhões de mortes no mundo. Estima-se que um terço dessas mortes poderia ter sido evitado com mais prevenção, detecção precoce e acesso aos tratamentos existentes. A dona de casa Elza Eni Lacerda é um exemplo de que a detecção precoce ajuda a salvar vidas. Há nove anos ela foi submetida a cirurgia após descobrir um câncer de mama. Hoje ela só faz os exames anuais de rotina. No entanto, recentemente, Elza Eni voltou ao hospital para acompanhar o esposo, Cyro Ramos, carpinteiro de 66 anos, em tratamento contra o câncer de próstata.

Prevenção e tratamento. Segundo o médico, hábitos como obesidade, sedentarismo, tabagismo, exposição aos raios solares sem proteção e má alimentação são fatores de risco para o câncer. E a Organização Mundial de Saúde (OMS) calcula que haverá aumento de 75% dos casos de câncer no mundo nos próximos 20 anos, se não houver mudanças.

O SUS permite hoje diversas modalidades de tratamentos gratuitos, como cirurgia, radioterapia, quimioterapia ou transplante de medula óssea. A Lei nº 12.732 fixa prazo de até 60 dias para o início do tratamento de câncer maligno, a partir do diagnóstico. Em Uberaba, o prazo vai de cinco a vinte dias, dependendo do caso. (TM)