Levantamento do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), em 2012, revelou que cerca de 15 milhões de crianças nesta fase sofrem de problemas de visão, como miopia
Levantamento do Conselho Brasileiro de Oftalmologia (CBO), em 2012, revelou que cerca de 15 milhões de crianças nesta fase sofrem de problemas de visão, como miopia, hipermetropia e o astigmatismo. Calcula-se que 65 milhões de brasileiros têm hipermetropia e 350 mil ficam cegos por catarata, como também que 33 mil crianças ficam cegas no Brasil por causa de doenças oculares que podem ser evitadas ou tratadas precocemente, enquanto pelo menos 100 mil têm alguma deficiência visual. Em relação à miopia, a estimativa é de que entre 21 e 68 milhões de pessoas são afetadas pela doença. Exames preventivos são a melhor maneira de reduzir a incidência da cegueira e de doenças oculares no país, como glaucoma e catarata.
Segundo o oftalmologista pediátrico Joaquim Pereira Paes, para que haja formação da imagem, necessitamos principalmente de três fatores. “De luz, da anatomia e fisiologia normal dos olhos e do cérebro (lobo occipital). Assim, a imagem é formada na retina, camada interna do olho. Denomina-se de emétrope o olho opticamente normal, ou seja, aquele onde a imagem é formada exatamente sobre a retina”, explica.
No entanto, quando esta situação não ocorre como deveria, é sinal de que o indivíduo possui o olho amétrope. Paes destaca que existem três tipos principais de ametropias. “Sofre de hipermetropia a pessoa que tem a imagem formada atrás da retina. Nesses casos, geralmente o olho é menor do que o normal no sentido horizontal. O problema não tem tendência progressiva, mas o paciente comumente se queixa de dor de cabeça frontal, fadiga, sensação de peso, hiperemia ocular ou aumento da quantidade de sangue no olho, e lacrimejamento. Pode gerar dificuldade para enxergar principalmente de perto e/ou de longe”, explica.
Em caso de miopia, a imagem é formada antes da retina, ou seja, o olho geralmente é maior do que o normal no sentido horizontal. A tendência, segundo o oftalmologista, é ser um problema progressivo, ou seja, que aumenta com o passar dos anos. “O paciente geralmente queixa de diminuição da acuidade visual para longe e aperta as pálpebras para tentar enxergar. Já o astigmatismo é caracterizado pela superfície da córnea desigualmente curva, de modo que os raios luminosos não podem ser focados no mesmo ponto na retina. O paciente queixa-se de visão borrada, tanto de longe como de perto. Ao forçar para acomodar a imagem, ele pode apresentar sintomas astenópicos, ou seja, cansaço visual”, completa.