Na 19ª Conferência Internacional sobre Aids, nos Estados Unidos, especialistas alertaram que as mulheres estão mais vulneráveis à doença. Segundo eles, é necessário ampliar a rede de programas para além das grávidas e lactantes. Só em 2011, 1,2 milhão de mulheres, incluindo adolescentes e jovens, foram infectadas, a maioria nos países em desenvolvimento. Segundo levantamento do Centro de Testagem e Aconselhamento (CTA) em Uberaba, de 1999 a 2012, o município registrou 1.019 resultados positivos de HIV, sendo 423 entre mulheres e 77 entre gestantes, ou seja, em torno de 49% do total de casos.
“A infecção pelo vírus HIV é a principal causa de mortalidade entre as mulheres em idade fértil”, dizem os especialistas. De acordo com os dados apresentados na conferência, o número de casos de infecção entre as mulheres jovens, de 15 a 24 anos, é duas vezes maior do que o de homens da mesma faixa etária. Pelo menos 63% das mulheres jovens contaminadas vivem com o vírus. A conclusão a que chegou a Conferência, que reuniu cerca de 20 mil delegados de 190 países, é de que não se pode começar a falar em pôr fim à Aids enquanto parte importante do impacto da epidemia continuar a afetar tão fortemente as mulheres.
Para especialistas, é necessário adotar novas abordagens de prevenção, utilizando antirretrovirais e microbicidas (substâncias aplicadas no órgão genital que diminuem infecções por doenças sexualmente transmissíveis, como em forma de creme e gel, por exemplo). Apurou-se ainda que o hábito de sexo sem preservativo ainda é frequente, sendo que em vários países a cultura da relação sexual sem proteção é comum, assim como os abusos sexuais. (TM)