Atraídas pela promessa de perder muitos quilos em pouco tempo, a maioria das mulheres devora as revistas que publicam dietas. Em razão dessa avaliação, a Associação de...
Atraídas pela promessa de perder muitos quilos em pouco tempo, a maioria das mulheres devora as revistas que publicam dietas. Em razão dessa avaliação, a Associação de Consumidores - Proteste decidiu analisar o conteúdo das dietas publicadas em sete revistas femininas de maior circulação e constatou que é preciso atenção para evitar prejuízos à saúde. De acordo com levantamento, somente 43% das revistas associam o regime alimentar proposto a alguma atividade física. E creditam o sucesso do emagrecimento a alimentos, cujas propriedades não são comprovadas.
A Proteste analisou sete publicações: AnaMaria, Boa Forma, Corpo a Corpo, Dieta Já, Malu, Sou+Eu e Viva, e 66% delas traziam dietas com alguma alegação funcional ou de saúde. Das revistas analisadas, 83% dos regimes são atestados ou têm um cardápio sugerido por um profissional, como nutricionista, e às vezes, médicos e preparadores físicos, mas isso não é garantia de que se pode seguir a dieta sem receio.
As publicações propõem dietas com baixo consumo energético, sugerindo menos 1.200 quilocalorias por dia, que privilegiam algum grupo de alimento específico e que prometem grandes perdas de peso em pouco tempo, como 10 quilos em 20 dias. Segundo a associação, o problema maior são as dietas que, em geral, não incentivam a reeducação alimentar e a prática de atividade física, essenciais para um emagrecimento saudável.
Acontece que dietas muito restritivas sem acompanhamento de um profissional especializado podem ser mais nocivas à saúde do que se imagina. Por isso, o
Jornal da Manhã procurou a nutricionista Danyela Gerolin, que faz um alerta. “O risco de seguir dietas prontas é que revistas seguem modelos tendenciosos, com modismo de determinados alimentos, que nem sempre possuem comprovação científica ou acessibilidade de aquisição do produto/alimento e na maioria não são prescritas por um nutricionista”, afirma. Outro agravante, segundo a especialista, é o fato da dieta não ser personalizada de acordo com a necessidade de cada pessoa. “O perfil das pessoas que buscam essas dietas, na maioria das vezes, é de quem já apresenta sobrepeso ou obesidade, associados a outros problemas”.
Para a nutricionista, o único ponto positivo das dietas prontas é que as informações das revistas “despertam” nas pessoas a busca pelo conhecimento sobre a funcionalidade e os benefícios de determinados alimentos, que nem sempre fazem parte do cardápio alimentar habitual. “Uma dica é observar se as recomendações são prescritas por um profissional especializado na área de nutrição ou se a revista traz artigos científicos e com referências bibliográficas confiáveis”, orienta Danyela.