O ideal é sempre avisar ao profissional que administrará o medicamento sobre possível alergia a alguma substância
A notícia de que duas pessoas na Inglaterra desenvolveram reações alérgicas à vacina da Pfizer/BioNTech pode ter deixado dúvidas com relação à segurança da fórmula, especialmente entre pessoas sensíveis a alguma substância.
De acordo com o médico infectologista e professor universitário Rodrigo Juliano Molina, o histórico individual de reações alérgicas não necessariamente proíbe o uso de imunizantes contra a Covid-19. "O que pode contraindicar o uso de imunizantes contra a Covid-19 é somente o quadro pessoal de reações alérgicas a outras vacinas, aos componentes de vacinas, e não à poeira ou qualquer outro tipo", explica.
Segundo Rodrigo, as vacinas contra o coronavírus que estão sendo testadas têm componentes e tecnologias diferentes. Portanto, o desenvolvimento de qualquer quadro alérgico após o uso de uma, não contraindica a outra.
O professor ainda explica que, de modo geral, as reações às vacinas podem variar de sintomas leves a graves. Quando o quadro é leve, sinais como inchaço, coceira local e dores leves são comuns. Já em quadros graves, podem ocorrer as reações anafiláticas (ou anafilaxia), que são caracterizadas por falta de ar, lesões na pele (urticárias) e edema de glote. A anafilaxia pode ser, inclusive, fatal, mas é bastante rara.
O ideal é sempre avisar ao profissional que administrará o medicamento sobre possível alergia a alguma substância.
Caso na Inglaterra. As autoridades de saúde britânicas ainda não divulgaram os dados clínicos dos indivíduos vacinados. Por isso, não há como saber com certeza se as reações tiveram ou não a ver com a vacina produzida pela Pfizer. A investigação dos dois casos foi o motivo da orientação da agência regulatória do Reino Unido para que as pessoas com "histórico de reação alérgica significativa" não tomem o imunizante.