Ministério da Saúde amplia, a partir deste ano, a faixa etária para a vacinação contra a hepatite B. Em 2011, a idade limite para vacinação passou de 19 para 24 anos. Em 2012, o ...
Ministério da Saúde amplia, a partir deste ano, a faixa etária para a vacinação contra a hepatite B. Em 2011, a idade limite para vacinação passou de 19 para 24 anos. Em 2012, o público alvo será ampliado para pessoas de até 29 anos. Em Uberaba, de acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, a vacina já está disponível para as pessoas da faixa etária ampliada em todas as unidades de saúde. Basta apresentar um documento de identificação e o Cartão de Vacina, se houver. Para isso, o Ministério da Saúde ampliou em 163% o quantitativo de vacinas compradas para a hepatite B, um total de 83,2 milhões de doses.
Entre os grupos mais vulneráveis estão gestantes, manicures, pedicures, podólogos, caminhoneiros, bombeiros, policiais civis, militares e rodoviários, doadores de sangue e coletores de lixo domiciliar e hospitalar, que têm direito à vacina, independente da faixa etária. A utilização da vacina previne hepatite B, possibilitando eliminá-la como problema de saúde pública. Em 2009, foram confirmados 14.601 casos da doença, totalizando 94.044 casos acumulados entre 1999 e 2009. De acordo com critérios da Organização Mundial da Saúde (OMS), a frequência de casos encontrados da hepatite B pode ser considerada baixa no Brasil.
A gastroenterologista, diretora do Ambulatório de Hepatites da UFTM, Geisa Perez Medina Gomide, alerta que a vacina é de extrema importância, porque, prevenindo a hepatite B, ela é capaz de imunizar a população também contra cirrose e até mesmo o desenvolvimento de câncer de fígado. “Hoje, a hepatite B é a principal causa no mundo de câncer de fígado. A doença pode levar uma pessoa a ter câncer de fígado mesmo sem que ela desenvolva a cirrose primeiro. Basta ter o vírus da hepatite B para se tornar candidato ao câncer. Escapam da vacina apenas 5% das pessoas que não tem reação, mas a maioria fica protegida”.
Hepatite Delta. A especialista destaca ainda que a vacina também protege as pessoas de uma variação nova do vírus conhecido como hepatite Delta, comum na Amazônia. “A hepatite Delta é um vírus defeituoso que só consegue contaminar quem já tem o vírus da hepatite B. Então, quem toma a vacina está protegido contra quatro doenças – hepatite B, cirrose, câncer de fígado e hepatite Delta” –, frisa.
Números. Segundo o Inquérito Nacional de Hepatites Virais finalizado em 2010, a estimativa de prevalência a partir do estudo para a população brasileira geral é de 800 mil pelo vírus B. A hepatite B é uma infecção do fígado que nem sempre apresenta sintomas e pode tornar-se crônica. Cerca de 70% dos adultos expostos ao vírus da hepatite B não apresentam sintomas. Somente 30% apresentam os sintomas da forma aguda. Dos adultos infectados, em torno de 5% a 10% terão hepatite B crônica, daí a importância da extensão da faixa etária dessa vacina no SUS.
Vale lembrar que a transmissão pode ocorrer pela relação sexual desprotegida, pelo compartilhamento de objetos contaminados, com lâminas de barbear e de depilar, escovas de dente, alicates de unha, materiais para colocação de piercing e tatuagens, instrumentos para uso de drogas, acidentes com exposição a material biológico e procedimentos cirúrgicos, odontológicos e de hemodiálise, em que não se aplicam as normas adequadas de biossegurança.