O Ministério da Saúde realiza pesquisa para verificar o comportamento de jovens com diabetes no país. A estimativa é de que até 2025, o Brasil suba da 8ª para a 4ª posição no ranking mundial que relaciona o número de maiores de 18 anos com diabetes. Número que pode chegar a 17, 6 milhões de pessoas, mais que o dobro de casos existentes hoje. Em Uberaba, pesquisa desenvolvida de 2005 a 2007 pela endocrinologista e especialista em diabetes, Fernanda Magalhães, com 1.101 pessoas, acima de 30 anos, em 21 bairros, descobriu que 18,8% são obesos, 36% apresentam sobrepeso e 60% estão acima do peso ideal. Do total, 80% não praticam nenhuma atividade física. A pesquisa buscava avaliar a prevalência de diabetes e demais fatores de risco para a saúde, como obesidade e hipertensão. A endocrinologista destaca que o aumento da obesidade, tanto na infância como na adolescência, tem influenciado um crescimento no número de diabetes tipo 2 também nessa faixa etária. “Até alguns anos atrás, nessa idade, tínhamos predominantemente o aparecimento do diabetes tipo 1, que é uma doença que ainda não tem prevenção. Atualmente estamos verificando um aumento assustador do diabetes tipo 2 na infância e adolescência. E isso se deve à obesidade”, afirma. O estudo mostrou que 12,7% dos uberabenses acima de 30 anos têm diabetes, ou seja, praticamente o dobro da prevalência nos Estados Unidos, apesar da obesidade lá ser muito maior do que no Brasil. “Estamos em um país onde a mistura racial parece ter determinado um forte agravante ou determinante de diabetes e a obesidade está muito relacionada a isso”, destaca. “E já que diabetes tipo 2 têm prevenção é preciso trabalhar na mudança do padrão alimentar e da atividade física”, frisa a especialista. Segundo Fernanda, o aparecimento do diabetes aumenta com a idade. Se há uma média de 12,7% de jovens uberabenses diabéticos, ao se avaliar a população idosa a porcentagem aumenta. “Cerca de 20 a 25% dos idosos têm diabetes. Quando a doença aparece numa idade mais avançada geralmente é um diabetes de mais fácil controle. E quanto mais cedo o diabetes tipo 2 aparece, maiores as chances desse indivíduo precisar de vários tipos de antidiabéticos, da combinação de medicamentos e inclusive do uso de insulina”, alerta.