Saúde disponibiliza novas vacinas na rede pública

Presidente da Sociedade de Medicina e Cirurgia de Uberaba, pediatra Sandro Pena, comemora a aprovação do projeto de lei no Senado que inclui cinco novas vacinas na rede pública de saúde. São elas: contra hepatite A, varicela – ou catapora, como é mais conhecida a doença –, pneumococo, pneumocócica conjugada sete valente e meningocócica conjugada C. Duas delas já estão incluídas no calendário de vacinação, desde fevereiro deste an a meningocócica conjugada C, que previne contra a meningite em crianças até 4 anos de idade.

E mais: um tipo de imunizante contra a bactéria pneumococo, causadora de meningites e pneumonias pneumocócicas, sinusite e inflamação no ouvido. A transformação do projeto em lei e a consequente inclusão das vacinas no calendário do ano que vem ainda depende da sansão do presidente Lula. Sandro Pena observa que, na prática, o que se tem de novo é a disponibilização de vacinação contra a hepatite A e a varicela. “São doenças comuns, mas que podem evoluir para complicações e até levar à morte”, diz. Por outro lado, ele não poupa o governo ao revelar que todas essas vacinas estão no mercado há pelo menos dez anos e já deveriam ser de alcance público.

O médico, inclusive, aponta que a pneumocócica conjugada sete valente nem existe mais, sendo superada pela treze valente – esta, sim, encontrada no mercado – e, diante do fato, diz entender que, na regulamentação da lei (se ela for sancionada), terá que ser feita uma adequação. “Não deveria ser preciso existir leis para oferecer essas vacinas à população. Se elas estão disponíveis, o processo deveria ser mais ágil”, defendeu Sandro Pena, acrescentando que, de toda forma, a iniciativa é positiva. “Quanto menos gente doente, mais qualidade de vida, menos se gasta com internação e menos os pais perdem o dia de trabalho”, finaliza.

Custo alto. O custo da imunização contra essas doenças é em torno de R$ 600, considerando-se apenas uma dose. A hepatite A atinge, principalmente, crianças com

menos de 5 anos de idade, especialmente em locais carentes em saneamento básico, mas o Sistema Único de Saúde (SUS) recomenda a aplicação da vacina somente em casos especiais, como em portadores de doenças crônicas no fígado ou pessoas que passaram por

transplante de medula óssea.

A catapora é uma das doenças virais mais comuns na infância e este ano provocou surto em Minas Gerais, que já registrou, até outubro, mais de 35,5 mil casos da doença, contra 19.368 em 2009. O aumento foi de 83%. Em Uberaba, já são mais de

950 notificações este ano.