O pediatra Luciano Borges Santiago esclarece que a orientação de uma boa alimentação para a gestante e para a mãe que está amamentando, na verdade, está relacionada à manutenção de uma vida mais saudável para a mulher. Porém, ele destaca que isso não interfere em nada na qualidade do leite materno. “Se a mulher não tem uma alimentação correta, dizemos que quando ela vai começar a amamentar é um bom momento para passar a ter, mas isso pensando na saúde dela. Porque em relação ao leite humano ele será bom de qualquer jeito, mesmo que ela coma errado. O leite só será prejudicado se a mãe sofrer de uma subnutrição muito intensa. Já a quantidade do leite está diretamente ligada à sucção adequada do bebê no peito. Acontece que se a mãe não se alimenta direito o leite irá retirar toda a nutrição do corpo dela para garantir a saúde do bebê, já que o leite é a prioridade do corpo humano”, explica.
Uma das únicas interferências importantes à que a mãe deve estar atenta é quanto ao consumo de medicamentos. “Determinados medicamentos, pode ir para o leite. Por isso, qualquer medicamento que a mãe for fazer uso deve ser informado ao pediatra durante o pré-natal, embora a maioria dos medicamentos seja compatível com a amamentação. Há uma publicação do Ministério da Saúde que relaciona o aleitamento com o uso de medicamentos mostrando quais medicamentos podem oferecer problemas”, afirma o pediatra.
Luciano Santiago alerta ainda sobre o mito de que a cerveja preta favorece a produção de leite. Segundo ele, bebidas alcoólicas devem ser evitadas por completo, pois passam para o leite. “Ocorre o contrário. Na verdade, o álcool diminui a produção do leite materno, pois inibe o hormônio prolactina que ajuda na produção do leite, além de ser altamente tóxico para o bebê, pois ele não tem a enzima que degrada adequadamente o álcool, por isso, a substância afeta o funcionamento do sistema central”, completa o especialista. O aleitamento será sempre a melhor fonte de alimentação da criança até os seis meses de vida, de maneira exclusiva, e até os dois anos de vida, de forma complementar.