Segundo a última Pesquisa do Orçamento Familiar (POF) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o brasileiro consome cerca de 10 gramas de sódio por dia. Ou seja, quase o dobro do recomendado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de menos 5 gramas por dia. Por isso, na última terça-feira (5), o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, firmou com a Associação Brasileira de Indústrias de Alimentação (Abia) o quarto pacto para a redução de sódio nos alimentos industrializados.
Boa parte do consumo de sódio no país, de acordo com o ministério, está associado ao uso de temperos prontos em residências e restaurantes. E essa é uma forma de o governo diminuir o alto índice de consumo de sal no país, um dos fatores de risco para doenças crônicas como hipertensão e doenças cardíacas. A previsão é que novos alimentos sejam acrescentados aos três acordos firmados anteriormente.
Conforme dados da Sociedade Brasileira de Cardiologia, estima-se que o consumo ideal de sódio acarretaria 15% menos mortes por AVC (acidente vascular cerebral), hoje a principal causa de morte entre os brasileiros e responsável por 100 mil óbitos só em 2011, e 10% menos mortes por infarto. Além disso, seria possível reduzir em 1,5 milhão o número de pessoas que necessitam de medicação para controlar a pressão alta. Outro ganho seria o acréscimo de 4 anos na expectativa de vida dos hipertensos.
Em 2011, o primeiro acordo visava reduzir o teor de sódio em 16 categorias de alimentos processados, como massas instantâneas, pães e bisnagas, nos próximos quatro anos. Em 2012, o termo incluiu a redução de sódio em temperos, caldos, cereais matinais e margarinas vegetais.
O novo acordo atinge laticínios, como requeijão cremoso e queijo muçarela; sopas instantâneas e as prontas para consumo e para cozimento; bem como os embutidos, como empanados, hambúrgueres, linguiças cozidas e frescal, salsichas, mortadelas e presuntaria. A meta é de que nos próximos quatro anos, indústrias de alimentos reduzam de 19% a 68% o teor de sódio desses produtos. Além da parceria para redução do teor de sódio, o acordo de cooperação também prevê a retirada de 230 mil toneladas de gordura trans do mercado.