Dados do IBGE de 2010 revelam que o peso dos brasileiros vem aumentando. Em 2009, uma em cada três crianças de 5 a 9 anos estavam mais de 30% acima do peso recomendado pela Organização Mundial de Saúde (OMS). Entre jovens de 10 a 19 anos de idade, o índice de excesso de peso aumentou seis vezes entre os meninos e três vezes entre as meninas. O fato é que a obesidade infantil se tornou, na última década, um problema de saúde pública e uma das causas é o sedentarismo.
Para a endocrinologista pediátrica Márcia Regina Bedin, cresce o número de pessoas sedentárias no país, e no caso das crianças, o problema está ligado a hábitos modernos. “As crianças passam mais tempo em frente à televisão, ao computador e ao videogame do que correndo na rua, jogando bola ou andando de bicicleta. Como as crianças de hoje têm o mesmo tamanho daquelas de décadas atrás, o resultado do maior consumo de calorias e do aumento do sedentarismo só pode resultar em obesidade”.
A especialista destaca que a prática de atividades físicas desde cedo faz crescer nos pequenos o gosto pelo esporte, o que é fundamental no combate a problemas cardiovasculares na fase adulta. “Crianças devem ser incentivadas a apreciar a atividade esportiva associada à diversão, especialmente em grupo, como futebol, natação, vôlei, basquete e jogos recreativos, como pega-pega, esconde-esconde, pular corda, entre outras brincadeiras infantis”, frisa.
Márcia Bedin alerta, no entanto, que a prática de esportes no colégio ou na academia deve sempre ser orientada por um profissional. “Caminhar é a melhor pedida, pois qualquer pessoa pode fazer. Mas outras pequenas mudanças podem ajudar, como subir e descer escadas ao invés de ir de elevador, fazer alguns trechos caminhando ao invés de utilizar o carro, como, por exemplo, ir andando para a escola.
O objetivo é não tornar o exercício físico uma obrigação ou algo indesejado, mas mostrar como a criança pode se divertir com isso e fazer da atividade parte integrante da vida cotidiana”, completa a endocrinologista pediátrica.