A Universidade Federal do Triângulo Mineiro (UFTM) colocou em debate, ontem, “O Olhar Interdisciplinar como Pressuposto para a Formação Profissional” voltado à saúde, com a participação de estudantes e profissionais da Assistência Social.
O professor da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ) e assistente social da Secretaria de Saúde de Duque de Caxias, Maurílio Castro de Matos, expôs a importância da formação especializada de assistentes sociais voltados ao atendimento completo e amplo da população em unidades de saúde, clínicas e hospitais.
“Trabalhamos junto com a equipe multiprofissional em tudo o que diz respeito às questões sociais que envolvem o paciente e sua família. Então, nós o acompanhamos desde a sua chegada ao hospital até o pós-alta, quando ele volta a fazer os retornos no ambulatório. E o trabalho do assistente social é fundamental, porque hoje é preciso ver o ser humano de uma forma biopsicossocial, em que procuramos atendê-lo em todas as dimensões do ser humano”, afirma Verena Conti, assistente social do Hospital de Clínicas da UFTM e uma das coordenadoras do evento.
Para a coordenadora, há determinantes no ambiente em que vivemos que podem levar uma pessoa a desenvolver uma doença. “As condições de moradia, o ambiente de trabalho e familiar, a vida dela em sociedade e a questão econômica também influenciam na saúde das pessoas”, revela.
Na verdade, o que leva uma pessoa a desenvolver uma doença não são apenas problemas orgânicos. Há problemas sociais envolvidos no processo. “É aí que o assistente social trabalha, não só com o paciente como com toda a família. E hoje essa classe de profissionais tem atuado muito na programação de alta do paciente – principalmente aquele com maior grau de dependência, como traumatizado medular ou cerebral –, no sentido de orientá-lo, viabilizando recursos da comunidade, como políticas públicas e serviços disponíveis dos quais ele poderá lançar mão depois de deixar o hospital, para dar continuidade ao tratamento”, destaca Verena.
Há questões que muitas vezes o paciente não conhece, tanto nos serviços de Programa Saúde da Família (PSF) como de pronto atendimento e na Promotoria Pública, que orienta sobre os caminhos para a solicitação de remédios de alto custo gratuitos. “Trabalhamos muito com a questão dos direitos que cada pessoa tem à saúde”, completa Verena Conti.