Foto/Jairo Chagas
Busca por equilíbrio nos estoques de medicamentos é constante em Uberaba
A luta pela compra de medicamentos hospitalares é uma pauta em destaque atualmente, devido à pandemia. Contudo, a dificuldade de reposição também atinge o âmbito das farmácias e muitos consumidores uberabenses já notam dificuldade para encontrar remédios variados. Em entrevista à Rádio JM, o gestor de farmácias, Fernando Xavier, explicou que a situação procede e está, sim, ligada à crise sanitária da Covid-19.
“Está acontecendo, sim. Tem alguns produtos que não conseguimos comprar e está funcionando assim: tem uma época que falta um produto, depois ele aparece, porém falta outro. A explicação é a falta de matéria-prima, a maioria importada, que reflete no mercado nacional. Há hora que falta produto industrializado e fazemos um meio-termo; às vezes, falta o produto industrializado, mas tem o necessário para manipular, porém está faltando insumo na área de manipulação também. Está nesse ponto; chega o medicamento, falta outro, está tendo o desequilíbrio de abastecimento. As indústrias estão muito focadas nos kits Covid e deixam a desejar nos outros medicamentos. Mas trabalhamos para buscar muitos fornecedores”, explicou.
Fernando ainda pontuou que o produto manipulado conta com a mesma substância do industrializado. Porém, no manipulado, há uma possibilidade maior de atender melhor a dosagem em miligrama (mg) desejada.
Um outro ponto abordado pelo farmacêutico é em relação ao aumento do consumo de alguns itens, como, por exemplo, as vitaminas, justamente com a pretensão de “fortalecer o sistema imunológico” em tempos de pandemia.
“Cresceu muito, porque na realidade existe especulação no mercado. Nem os cientistas, nem os médicos, conhecem o vírus. Há especulação de vitamina, ivermectina, hidroxicloroquina, porque ninguém tem certeza do que é real. Coloco na cabeça do pessoal que eu tomo vitamina D e zinco e irei aumentar a imunidade e, realmente, aumenta. Se você tem o organismo com maior resistência, com certeza, você vai ter condição melhor de brigar com a doença e ter menos efeitos colaterais. E, em cima disso, todos estão preocupados. Se a vitamina vai me ajudar, por que não vou tomar? Isso é uma coisa que muita gente já usava e é muito natural. Com certeza, teve um aumento grande da demanda de vitaminas”, afirmou.
Se a procura de qualquer produto aumenta, os preços, também, tendem a aumentar, porém, Fernando Xavier garante que isso não ocorreu em medicamentos específicos, como a vitamina. O que houve foi um reajuste geral. “Não aumentou muito, pois tem uma disputa grande no mercado de variedade de vitaminas. Mas houve um aumento, que é controlado pelo Governo, de 7% em março, tudo subiu nessa proporção. Porém, a vitamina não teve aumento desproporcional ao aumento autorizado pelo Governo, pois há esse controle de preço e disputa grande entre fabricantes”, concluiu.